"O levantamento do embargo dos EUA sobre a venda de armas para o Vietnã é um passo lógico dado pelas autoridades norte-americanas para a plena normalização das relações", observou o analista. "Não há nada inesperado ou sensacional sobre isso. Os dois países estão expandindo a cooperação em muitas áreas, e a esfera militar vai agora ser uma delas".
Além disso, o analista salientou que "o levantamento do embargo não deve ser considerado como um presente norte-americano" para o Vietnã, pois será benéfico para ambos os lados. “Para os EUA, o Vietnã tornou-se um parceiro de pleno direito. O Vietnã, por sua parte, está interessado em armas norte- americanas", afirmou.
Em todo caso, Le The Mau opina que a decisão dos EUA não terá qualquer impacto significativo na defesa do Vietnã, ou na doutrina militar do país.
"Eu acredito que a Rússia, que tem sido o nosso principal parceiro por muitos anos, vai continuar o sendo. Existem várias razões para isso. Nossos países têm uma relação de confiança especial um no outro", disse o analista.
Além disso, afirma o coronel, ao contrário da parceria do Vietnã com os EUA, Moscou e Hanói têm "uma longa tradição de parceria" que remonta a várias décadas.
"Foi a Rússia, afinal, que ajudou o Vietnã a vencer nossas duas guerras de libertação nacional durante o século 20".
Ao mesmo tempo, observou o entrevistado, "no que diz respeito à base naval na Baía de Cam Ranh, o Vietnã criou um ponto de abastecimento de logística e manutenção para navios de todas as nações, mas à Rússia é dada uma preferência. E isso é natural, porque foi a Rússia que construiu uma estação de serviço para os navios e submarinos que o Vietnã compra da Rússia. Além disso, a Rússia anteriormente tinha uma base em Cam Ranh. Tudo isso está ligado à parceria estratégica global entre os dois países", concluiu.