De acordo com o Presidente do CREA-RJ, Reynaldo Quadros a obra na ciclovia apresentou diversas falhas desde o planejamento, e o erro principal foi a previsão de ondas somente de até 2,5 metros atingindo os pilares da ciclovia e não o tabuleiro, como aconteceu no dia 21 de abril, matando duas pessoas.
“O erro maior foi considerar só o impacto da onda em 2,5 metros de altura do pilar, ou seja, isso claramente demonstra os equívocos técnicos que foram cometidos de todos os órgãos.”
Segundo o CREA, a análise que verificaria a força das ondas deveria estar no projeto base de responsabilidade do governo, mas essa verificação não constava. O laudo do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia também apontam erros na licitação e fiscalização do contrato.
Em coletiva à imprensa, Reynaldo Quadros disse que a responsabilidade pelo acidente deve ser dividida entre a Prefeitura do Rio e o consórcio Contemat/Concrejato, que pertence à Concremat Engenharia. Todos os responsáveis técnicos pelos serviços de engenharia vão ser autuados.
“Pode haver advertência pública, censura, reservada. Pode ter suspensão do serviço profissional ou até cassação do registro profissional. A empresa vai responder civil e criminalmente à Justiça por esses equívocos.”
No relatório divulgado há cerca de dez dias pela consultoria contratada pela Prefeitura, com Técnicos da Coppe/UFRJ e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias, o laudo apontou que para aguentar a força do mar, a estrutura deveria ser 12 vezes mais forte do que era naquele trecho da Avenida Niemeyer para suportar o impacto das ondas. Os técnicos sugeriram a criação de um protocolo para a utilização da ciclovia com sinais luminosos e sonoros, além de câmeras de vídeo em dias de ressaca. O relatório do CREA-RJ vai ser encaminhado ao Ministério Público e incorporado às investigações sobre o acidente.