Em carta divulgada pelo Fabiano Silveira nesta segunda, o ministro ressalta sua inocência, dizendo que, além de ser "involuntariamente envolvido" no caso, achou melhor deixar o posto.
“A situação em que me vi involuntariamente envolvido – pois nada sei da vida de Sérgio Machado, nem com ele tenho ou tive qualquer relação – poderia trazer reflexos para o cargo que passei a exercer, de perfil notadamente técnico. Não obstante o fato de que nada atinge a minha conduta, avalio que a melhor decisão é deixar o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle”, escreveu Silveira.
Silveira afirmou que as gravações que o levaram a pedir demissão mostram "uma simples opinião" e são "comentários genéricos", negando que ele tenha interferido a favor de terceiros acerca das investigações.
“Foram comentários genéricos e uma simples opinião, decerto amplificados pelo clima de exasperação política que todos testemunhamos. Não sabia da presença de Sérgio Machado. Não fui chamado para uma reunião. O contexto era de informalidade baseado nas declarações de quem se dizia a todo o instante inocente. Reitero que jamais intercedi junto a órgãos públicos em favor de terceiros", disse o ex-ministro.
Ele também acrescentou que “pela minha trajetória de integridade no serviço público, não imaginava ser alvo de especulações tão insólitas. Não há em minhas palavras nenhuma oposição aos trabalhos do Ministério Público ou do Judiciário, instituições pelas quais tenho grande respeito”.
Nesta segunda-feira, duas manifestações pediram a saída do ministro. E segundo o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças de Controle da CGU (Unacon), quase a totalidade dos 250 servidores em cargos de chefia do órgão no país deixaram os postos, também em sinal de protesto.
Servidores da CGU impedem entrada do ministro Fabiano Silveira no prédio do órgão — https://t.co/nTJNeeI6WK
— Milu Duarte (@russiashow_milu) 31 мая 2016 г.
A Transparência Internacional, organização global de combate à corrupção, também pediu a saída do ministro. No texto, a entidade defende que o governo brasileiro deve investigar exaustivamente as alegações contra Silveira.