Conforme o levantamento apresentado durante audiência pública da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, no Brasil, mais pessoas foram mortas em 2012 do que em 40 conflitos armados no mundo.
No estudo realizado pelo sociólogo Julio Jacobo, entre um universo de 85 países, o Brasil ocupa a terceira posição em relação à taxa de homicídios de jovens entre 15 e 19 anos, o equivalente a 54,9 mortes a cada 100 mil.
No Mapa da Violência 2015, Julio Jacobo ressalta com preocupação o alto índice de mortalidade entre os jovens.
“Há uma vítima prioritária neste processo, que são os jovens na faixa de 15 a 29 anos de idade, que 60% dos homicídios acontecem neste faixa e é uma faixa que só tem 25% da população."
No estudo, o sociólogo explicou que neste universo, 93% das vítimas são homens e com baixa escolaridade, e 81,9% dos casos de homicídios de adolescentes de 16 anos, foram causados por armas de fogo.
Durante a audiência, o presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública, Jeferson Miller, disse que o problema brasileiro é multicausal, destacando que fatores como evasão escolar, drogas, ocupação desordenada do espaço urbano e acesso a armas de fogo estão entre as principais causas da violência no país, e são essas questões de base que devem ser combatidas.
"Atacar as causas primárias da violência e da criminalidade, esse é o caminho. Não adianta atuar de modo isolado sobre um aspecto ou outro, ou uma instituição atuar de modo isolado. O que nós entendemos é que o Pacto Nacional pela Redução de Homicídios tem que ser efetivado pela República brasileira porque é algo muito grave o andamento crescente disso."
O debate na Câmara foi proposto pelo deputado Wilson Filho (PTB-PB). O parlamentar acredita que um dos principais problemas enfrentados pelos brasileiros é a deficiência na segurança pública. Wilson Filho acredita que para tratar da questão é preciso investir na valorização dos profissionais de segurança e no combate às drogas, focando não só na repressão ao tráfico, mas na prevenção e ressocialização, com criação de casas de recuperação de pessoas que foram para o crime, mas que querem voltar atrás e recomeçar suas vidas.