A edição americana The National Interest publicou um artigo que diz que a atual estratégia dos EUA, consistindo na teoria de que todos os conflitos podem ser resolvidos pela força, fracassou quase por completo. Além disso, segundo o jornal, quando Washington enviar tropas por todo o mundo para combater os terroristas, o risco de os próprios Estados Unidos se tornarem uma vítima do ataque terrorista só aumenta.
Como um exemplo do fracasso da estratégia dos EUA contra o terrorismo deve servir o Afeganistão, diz a edição. Em 2011, no país se encontravam até 140 mil militares da OTAN e 300 mil militares afegãos. Mas isso não impediu o Talibã de operar livremente na maioria das regiões do país.
O cientista político e vice-diretor do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Ideologia Moderna Igor Shatrov assinala, numa entrevista à Rádio Sputnik, que não são apenas os especialistas americanos a partilharem essa opinião.
"Por outras palavras, até mesmo [o presidente americano Barack] Obama diz que, no fim de seu mandato presidencial, ele considera como grandes erros estratégicos o que fez o governo dos EUA durante sua presidência. Os principais foram no Médio Oriente e no Afeganistão. Eu não diria que o Obama, em geral, tenha tido boa sorte. Agora ele está tentando corrigir não só seus próprios erros, mas também erros dos governos anteriores, para justificar o seu Nobel da Paz, que ele recebeu com antecedência no início de sua carreira, e reduzir de qualquer modo a má impressão de sua falida história presidencial. Por isso ele visitou Cuba, o Vietnã e mesmo a cidade de Hiroshima. Assim ele quer responder aos ‘pecados’ dos presidentes anteriores. Mas ele próprio, isto não é uma opinião apenas do mundo exterior, mas também dos americanos, é o presidente mais fraco em toda a história dos Estados Unidos", disse Igor Shatrov.
No entanto, ele sublinhou que essa crítica se tornou mais marcante agora, em vésperas das eleições presidenciais.
"A economia russa, por exemplo, não ficou ‘esfrangalhada’, apesar do fato de as relações entre a Rússia e a Europa terem sido suspensas. A crise ucraniana não pode terminar com um resultado qualquer, ela se tornou interminável. O Médio Oriente… O caos é, certamente, bom para pescar em águas turvas, mas esse caos se tornou descontrolado. É isso que é interessante", concluiu o analista.