Na Argentina, a alternância de poder entre peronistas e não peronistas sempre assume traços de "mudança radical". Os peronistas sempre tentam reinterpretar a História do país à imagem e semelhança do movimento (os ídolos, as vítimas, as datas simbólicas), enquanto os que lhes sucedem tentam apagar esses traços.
#ARGENTINA | Macri ordena retirar de la Casa Rosada cuadros de Perón y el Che https://t.co/RPt9ipm2BX pic.twitter.com/Ovc3Sn88R6
— teleSUR TV (@teleSURtv) 3 июня 2016 г.
Além dos retratos dos presidentes venezuelanos, o atual chefe de Estado quer remover os retratos dos líderes históricos da América Latina, entre eles Che Guevara, Juan Domingo Perón e outros. A coleção será transferida da Casa Rosada para o Espaço da Memória e dos Direitos Humanos.
A decisão de Macri faz parte de seu esforço para acabar com os símbolos políticos herdados. Já ordenou alterar as notas com o retrato de Evita Perón, substituindo-o por vários animais típicos da Argentina.
Outra vítima da "deskirchnerização" foi a sala em homenagem a Néstor no Centro Cultural Kirchner, organizada pela esposa, uma instalação que mostrava o passado do ex-presidente por meio de fotos e depoimentos. Após a desmontagem da exposição, Macri colocou lá uma homenagem ao escritor Jorge Luis Borges.
Macri saca retratos de Hugo Chávez y Néstor Kirchner de la Casa Rosada https://t.co/RW5CVQMEdI pic.twitter.com/atVp8nbPtI
— Radio ADN (@adnradiochile) 2 февраля 2016 г.
Também alguns dias atrás foi publicado um documento, com 223 páginas, chamado "O Estado do Estado", em que o novo presidente revela como encontrou todas as áreas da governação após o fim do mandato de Cristina Kirchner. Para além de ser um diagnóstico, o documento, cujo texto foi publicado no site oficial da Casa Rosada, inclui diversas denúncias como, por exemplo, a de que "a Casa da Moeda passou de 874 trabalhadores em 2010 para mais de 1700 em 2015".
Resta-nos adivinhar qual será o conteúdo de um futuro documento semelhante quando a era de Maurício Macri chegar ao fim.