O artigo publicado na revista científica Memórias, do Instituto Oswaldo Cruz, contesta o argumento porque a atividade do mosquito aedes aegypti é muito baixa no Rio de Janeiro nos meses de agosto e setembro. O estudo foi elaborado por integrantes do Programa de Computação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (PROCC/Fiocruz) e da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV)
A coordenadora do programa da Fiocruz, Claudia Codeço, informou em entrevista à Agência Brasil que o estudo levou em consideração dois fatores: a biologia do mosquito aedes aegypti com a sua ação em temperaturas mínimas na cidade entre 22 e 24 graus Celsius (ºC) e os dados de casos de dengue registrados desde 2010.
A pesquisadora disse que o conhecimento acumulado sobre a biologia do mosquito, que além da doença transmite a Zika, indica que em climas mais frios o vírus demora cerca de 15 dias para sair do estômago do mosquito, chegar à glândula salivar e infectar uma pessoa.
“Com as temperaturas de agosto e setembro, poucos mosquitos conseguem completar o ciclo e transmitir a dengue e provavelmente a Zika também. Demoraria uns 15 dias de picar uma pessoa e transmitir para uma outra. Em 15 dias, a chance dele morrer antes é muito grande, porque o mosquito tem uma vida curta”, explicou.