"Segundo a lei brasileira, altos funcionários do governo, incluindo os legisladores, gozam de imunidade contra processos na maioria das circunstâncias. Essa proteção irrácional claramente permitiu uma cultura da corrupção institucionalizada e da impunidade. Os investigadores descobriram que os contratos da Petrobras rotineiramente incluíam uma taxa de propina e que este dinheiro de suborno foi dirigido aos partidos políticos”, afirma o jornal.
O editorial também faz referência à ficha suja de membros do atual governo, que tem sete ministros investigados por corrupção em sua composição.
"As nomeações reforçaram as suspeitas de que o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff no mês passado, por acusações de maquiar ilegalmente as contas do governo, teve uma segunda intenção: afastar a investigação (de corrupção)", afirma o jornal.
"Isto forçou Temer a prometer, na semana passada, que o Executivo não interferirá nas investigações na Petrobras, nas quais estão envolvidos mais de 40 políticos. Considerando os homens de quem Temer se cercou, a promessa soa oca", destaca o New York Times.
O jornal conclui dizendo que “se o o presidente interino merece ganhar a confiança dos brasileiros, muitos dos quais afirmam que o afastamento de Dilma Rousseff foi um golpe, ele e seu gabinete devem tomar medidas significativas contra a corrupção”.