China-EUA: cooperação em atmosfera de contradições

© AFP 2023 / Greg BAKERUS President Barack Obama (L) walks with Chinese President Xi Jinping
US President Barack Obama (L) walks with Chinese President Xi Jinping - Sputnik Brasil
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O Círculo do Pacífico deve se tornar, para a China e os EUA, em uma plataforma de cooperação, e não de competição, declarou o presidente chinês Xi Jinping na cerimônia de inauguração do Diálogo Económico e Estratégico sino-americano em Pequim.

Entretanto, Ashton Carter, Secretário de Defesa dos EUA, condenou a China por suas "ações de expansão sem precedentes" no Mar do Sul da China, durante a cúpula asiática de Segurança "Diálogo em Shangri-La".

Segundo a apreciação do líder chinês, as relações sino-americanas podem evitar as complicações graves enquanto ambas as partes resolverem as contradições e os problemas sensíveis com base nos princípios do respeito e igualdade. Mas ele destacou que a presença de certas diferenças entre a China e os EUA é normal.

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Uma de tais contradições é o Mar do Sul da China. Numa sessão plenária do "Diálogo em Shangri-La", o chefe do Pentágono criticou mais uma vez a criação por aterramento pela China de territórios nesta região que, na opinião de Carter, ameaçam a segurança no Círculo do Pacífico. Embora o Secretário da Defesa admita que outros países também usam esta prática, segundo Carter, "é Pequim que desestabiliza a situação".

A veemência da retórica existente está muito bem ilustrada pela advertência de Carter à China para não criar uma "Grande Muralha da China do isolamento".

A interação dos dois fatores, a competição e a cooperação, nas relações entre Pequim e Washington, está se tornando mais complicada e variável.

Primeiro, porque com o aumento da atividade da China a resultante é definida cada vez mais pelas relações de cada potência com outros países. Em outras palavras, as relações sino-americanas estão mais ligadas à dinâmica pouco previsível e muito alterada das relações na região no seu todo.

Evidentemente que os EUA tentam usar a situação na região do Mar do Sul da China para conter a China, fortalecendo alianças antigas e criando novas alianças militares.

Secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter - Sputnik Brasil
Ashton Carter alertou China da ‘Grande Muralha de auto-isolamento’ na área de segurança
Contudo, as tentativas de transferir uma parte do peso para os aliados apenas podem ter um resultado limitado. O Japão não tem muitas possibilidades para aumentar seus gastos militares. A Coreia do Sul pratica uma política de manobras entre os EUA e a China. E as capacidades financeiras, tecnológicas e organizativas dos outros parceiros americanos nesta região ainda não são grandes.

Considerando que os EUA não podem diminuir sua participação na garantia da segurança em outras regiões do mundo, é bem provável que a política de contenção da China seja mais penosa para eles.

Nos próximos anos, os EUA podem ter de enfrentar uma escolha difícil: a presença numa parte do mundo que é um privilégio para eles.

A China não tenciona começar uma confrontação aberta com os EUA e, provavelmente, a atual competição entre os dois países seja resolvida de uma maneira natural. Em qualquer caso, a interferência americana em disputas regionais pode causar um conflito acidental. Isto também está provocando uma nova etapa da corrida às armas, desviando recursos do Círculo do Pacífico da integração regional que deveria aumentar a competitividade da sua economia no mercado mundial.

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