O Escritório Nacional de Processos Eleitorais (Onpe) informou nesta segunda-feira à noite que Kuczynski detinha 50,32% dos votos apurados, num total de 8,12 milhões, enquanto Fujimori contabilizava 49,68%, ou 8,02 milhões. A diferença de 103.383 votos ainda não assegurava vitória para ambos os candidatos, uma vez que a apuração ainda contabilizava 92,6% das urnas, faltando computar os votos das províncias mais distantes e os do exterior. Como o sistema eleitoral no Peru ainda é manual, com preenchimento de cédulas, a Onpe prevê que a contagem final só esteja concluída até quarta-feira, 8.
No domingo, cerca de 23 milhões de eleitores estavam aptos a comparecer à votação, mas até agora ainda não foram informados os números de votos em branco, nulos e abstenções nas 74.224 seções eleitorais em todo o país. No primeiro turno da eleição, em 10 de abril, Fujimori liderou o pleito, mas não conseguiu os mais de 50% dos votos necessários para vencer sem necessidade de um segundo turno.
Seja com Kuczynski, que desde o início tem recebido o apoio de grandes empresários, seja com Fujimori, vista como uma sucessora da linha dura de seu avô, Alberto Fujimori — condenado por crimes contra a humanidade, pela esterilização de milhares de indígenas e envolvimento em casos de corrupção — muitos especialistas confirmam a tendência crescente de aumento de governos de direita na América Latina, como ocorreu no Paraguai, na Argentina e agora no Brasil.
Com menos de 1% de diferença entre os dois candidatos, especialistas em políticas latinoamericanas preveem que o candidato derrotado vá apresentar recurso solicitando recontagem dos votos.