Mais de R$105 milhões por grama: um raro produto russo para exportação

© Foto / RosatomO Instituto de Pesquisa de reatores nucleares da cidade russa de Dimitrovgrad
O Instituto de Pesquisa de reatores nucleares da cidade russa de Dimitrovgrad - Sputnik Brasil
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O isótopo de califórnio-252 é fabulosamente caro. Durante muitos anos, apenas alguns gramas desta substância podiam ser produzidos em todo o mundo. Apenas dois centros de pesquisa são capazes de realizar essa tarefa e um deles está localizado na Rússia.

Um empresário deste centro esclarece qual a função e a aplicação deste elemento químico.

Aleksandr Tuzov, diretor de Instituto de Pesquisa de reatores nucleares da cidade russa de Dimitrovgrad, disse à Sputnik que o califórnio-252 é uma fonte de neutrões muito forte. Um micrograma deste isótopo emite cerca de dois milhões de neutrões por segundo, o que é comparável a um pequeno reator nuclear.

​O califórnio-252 surge do plutónio, mas o processo é extremamente complicado.

"Apenas dois reatores no mundo inteiro são atualmente capazes de fornecer uma quantidade significativa de califórnio, eles são o nosso Instituto de Pesquisas em Dimitrovgrad e o Laboratório Nacional de Oak Ridge nos EUA", disse Tuzov.

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O ciclo de produção leva de sete a oito anos para ser concluído. Além disso, é necessário ter equipamento específico. O resultado tem um preço incrivelmente alto: um grama do isótopo custa cerca de 30 milhões de dólares americanos (ou mais de R$105 milhões). Atualmente, a Rússia fornece essa tecnologia para o estrangeiro, nomeadamente, as fontes de nêutrons de califórnio russas são fornecidas a uma empresa francesa, a Areva.

Outras empresas também demostram seu interesse. Jean-Yves Blanc, especialista do centro de energia nuclear francesa CEA, disse à Sputnik: "Há 25 anos, eu liderei um grupo que trabalhou com fontes de nêutrons de califórnio. Nessa altura, nós comprávamos o califórnio-252 principalmente dos americanos. Até ao ano de 2020, queremos começar a operar o reator Jules-Horowitz. Para isso será necessário o califórnio. Até agora, tínhamos confiado essa questão aos americanos. Mas agora seria interessante comparar as condições que oferece a Rússia como fornecedora».

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