Procurada pela Sputnik, a direção da EBC informou que a entrevista ainda não tem dia e horário para ser exibida.
A EBC vive momentos de intranquilidade desde que o presidente Michel Temer assumiu a presidência interinamente e exonerou Melo de suas funções, indicando para o cargo o também jornalista Laerte Rimoli. Melo entrou com um pedido de recondução junto ao Suupremo Tribunal Federal (STF) alegando que, pela lei que criou a EBC em 2008, o mandato do diretor-presidente é de quatro anos, não coincidindo com o da presidência da República, justamente para assegurar a independência informativa do grupo, sem sofrer pressões políticas. Na semana passada, o ministro Dias Tofolli, concedeu liminar, permitindo a recondução de Melo ao comando da EBC até que o assunto seja julgado em definitivo.
Nomeado poucos dias antes da aprovação do pedido de impeachment da presidente Dilma no Senado, Melo teria mandato até junho de 2020. Sua exoneração, pelo estatudo da EBC, só poderia acontecer ou por pedido do próprio ou por decisão do Conselho Curador do órgão, que é formado por respresentantes da sociedade e de várias esferas de governo.
A recondução do diretor-presidente irritou Temer, segundo interlocutores próximos ao Palácio do Planalto a ponto de o presidente em exercício ter pressionado a Advocacia-Geral da União a resolver de uma vez o imbroglio. A nova equipe de governo alega que alguns dos programas que chegaram a ser suspensos, e já retornaram, tinham custo elevado. O próprio programa semanal apresentado por Nassif, na TV Brasil, todas as segundas-feiras, às 23h, tinha orçamento anual de R$ 761 mil. Além disso, ainda segundo assessores de Temer, a EBC apresenta hoje um déficit de R$ 94,8 milhões. Nassif está suspenso por 120 dias para avaliação do novo governo, e o fato de ter sido contratato como colaborador eventual pela EBC, com passagens pagas, para entrevistar Dilma teria desagradado ao Palácio do Planalto.
Também procurado pela Sputnik, Nassif não estava disponível para comentar o assunto e nem o conteúdo da entrevista que, segundo fontes que tiveram acesso ao conteúdo, traria novas acusações de Dilma ao governo Temer e à inconstitucionalidade do pedido de impeachment.