" O LPF foi construído para nos permitir testar e mostrar que podemos construir uma instalação no espaço que possa pesquisar as ondas gravitacionais e flutuações na estrutura espaço-temporal. O sucesso do LPF e a estabilização da sua massa de teste mostram e que possamos começar a trabalhar na criação da LISA, o observatório espacial para observar o universo gravitacional", disse Paul McNamara, orientador do projeto LISA Pathfinder.
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Depois de um lançamento bem sucedido no início de dezembro do ano passado, o LISA Pathfinder passou todo o mês de janeiro se movendo para o ponto de Lagrange L1, a uma distância de 1,5 milhões de quilômetros da Terra, onde fica a sua órbita. Em fevereiro, os especialistas da Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em inglês) completaram a revisão dos aparelhos do telescópio e removeram as restrições e bloqueios dos dois cubos de dois quilos, que irão desempenhar o papel de "primeiro violino" na busca das ondas gravitacionais. Este processo foi concluído em 1 de Março e hoje, após vários meses de testes, os cientistas anunciaram os primeiros resultados das observações.
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Como explica McNamara, o principal objetivo destas observações não foi a busca de ondas gravitacionais, mas a monitorização do sucesso dos engenheiros que criaram o LPF, e se eles conseguiram estabilizar as oscilações da sonda sob a ação do vento solar e outras forças externas, mantendo suas paredes a uma distância constante dos cubos "flutuantes". Três meses de observações têm mostrado que este problema foi resolvido com uma margem enorme.
Martin Hewitson, o adjunto de McNamara, disse que os cientistas e engenheiros do LPF conseguiram fazer que o corpo do telescópio não se movesse em relação aos cubos a uma distância superior a alguns femtômetro (10-15 m). Isso excede significativamente as demandas que foram avançadas aos projetistas de sonda da ESA e as expectativas dos próprios cientistas em cerca em 100 vezes.
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De acordo com Hewiston, o LISA, se for construído, será capaz de sentir as mudanças dos cubos, se tornando assim o observatório gravitacional mais sensível da Terra.
Segundo Stefano Vitale da Universidade de Trento (Itália), a sensibilidade do LISA Pathfinder ultrapassa o limite necessário para encontrar as ondas gravitacionais de baixa frequência geradas pela fusão de galáxias e outros objetos grandes.
Como observa Vitale, em março ficou claro que o LPF não só ultrapassa os requisitos da ESA, mas também está perto da sensibilidade dos indicadores que foram planejados para o telescópio LISA, que consiste em três sondas semelhantes ao LPF. Este índice, de acordo com o cientista, pode ser aprimorado facilmente se se esvaziar totalmente o ar das câmaras onde estão os cubos.
"A principal conclusão é que podemos tranquilamente começar o desenvolvimento e a construção do LISA", conclui Vitale.