Apesar do otimismo, Meirelles ressaltou que a situação econômica no Brasil vive hoje um quadro sombrio tão grave quanto a Grande Depressão dos anos 1930.
“Nós estamos vivendo a crise mais intensa da história do Brasil. Vamos aguardar ainda o final deste ano, mas não será surpresa para muitos analistas se a contração deste ano for a mais intensa, a maior desde que o PIB começou a ser medido, no início do século XX. É uma crise que pode ser maior até do que a Grande Depressão dos anos 1930.”
Henrique Meirelles garantiu para os líderes empresariais que assim que as medidas fiscais forem aprovadas pelo Congresso a retomada do crescimento da economia brasileira se dará de forma surpreendente nos próximos três meses.
“Eu não tenho a menor dúvida de que no momento em que tudo isso tenha curso normal sejam aprovados pelo Congresso Nacional todo esse conjunto de medidas e as decisões políticas fundamentais. Eu não tenho dúvida de que nós chegaremos nos próximos trimestres a retomar o crescimento do Brasil de uma forma e um ritmo que podem surpreender. Eu sou muito cauteloso nas minhas previsões, porque gosto de seguir aquela máxima: prometer menos e entregar mais.”
Durante o encontro, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse para o presidente interino, Michel Temer, presente ao evento, que os impostos não podem subir com a economia estando enfraquecida como está. Skaf ressaltou que a equipe econômica deve cortar gastos e desperdícios para melhorar o perfil das contas públicas.
Michel Temer anunciou que na próxima semana o Governo vai apresentar projeto que limita os gastos públicos. Segundo ele, o Brasil precisa recuperar a equação paritária entre receita e despesas.
“Estamos apresentando na semana que vem projeto de emenda constitucional que limita os gastos públicos. Em qualquer casa, se você ganhar um e gastar dois, em dado momento você precisa parar e fazer alguns sacrifícios para retornar a gastar apenas um. O Brasil está nessa situação. O Brasil ganha um e gasta mil. Nós precisamos recuperar essa equação paritária entre a receita e a despesa. Por isso que a limitação de gastos, que será revisada apenas em função da inflação do ano anterior, a cada ano que passa é que nos permitirá exata e precisamente num dado momento, que venhamos a gastar um novamente e arrecadar um. Portanto, equilíbrio absoluto no nosso país.”
Segundo Temer, a presença dos empresários no encontro mostra o interesse comum do Governo e da iniciativa privada de que o país cresça. O presidente em exercício voltou a falar da importância do trabalho em conjunto e em harmonia entre o Governo e o Congresso Nacional, que proporcionou a aprovação de medidas essenciais para a retomada da economia e a estabilidade política, como a revisão da meta fiscal e a lei de Desvinculação de Receitas da União (DRU).