A declaração de Calheiros ocorreu após ser questionado pelos jornalistas sobre a reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo, mostrando que líderes da base aliada estariam elaborando uma estratégia, com a cúpula do PMDB, para rejeitar as prisões caso elas sejam acatadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.
Segundo Renan Calheiros, esse tipo de acordão para barrar prisões nunca existiu e nunca vai existir.
“Isso não existe, nem existirá, porque o Senado praticará sempre a separação dos poderes. Eu já disse isso, queria repetir. Nós não sabemos nem o conteúdo das delações, imagina fazer acordo? Quem está dizendo isso quer mais uma vez deturpar, embaçar as coisas.”
Nesta semana, foi levado a público pela imprensa um pedido do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, para que o Supremo Tribunal Federal autorize as prisões de Renan Calheiros e Romero Jucá, além do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha e do ex-presidente José Sarney, sob alegação de tentarem obstruir a Operação Lava Jato.
Desde então, o presidente do Senado, Renan Calheiros tem mantido sua rotina na Casa, mas procura não falar sobre o assunto antes da decisão da Suprema Corte.
“Eu não vou falar nada, nada, antes da decisão da Suprema Corte. Historicamente, eu queria só lembrar, que toda vez que nós, como sociedade, demos vazão ao desprezo pela democracia, nós pagamos um preço altíssimo, todos nós, altíssimo e demorado.”
Calheiros afirmou para os jornalistas que ele mais do que ninguém tem total interesse nos esclarecimentos dos fatos, e que está à disposição da Justiça para colaborar com as investigações.
Segundo a Agência Brasil, através de sua assessoria o senador Romero Jucá, também declarou que não há qualquer tipo de acordo, alegando que o que houve foram várias manifestações de parlamentares dizendo que não vêem motivos para um pedido de prisão dele e de Calheiros.