Apesar do fato de tais tendências muitas vezes serem chamadas de "nepotismo" e serem reprovadas, as chamadas "dinastias" políticas não são tão incomuns como se pode pensar.
O líder norte-coreano Kim Jong-un é provavelmente a primeira pessoa que vem à mente, enquanto seus dois irmãos mais velhos, Kim Jong-nam e Kim Jong-chul, foram aparentemente considerados por Kim Jong-il como demasiado depravados para governar o país (o primeiro ainda conseguiu se desonrar tentando entrar no Japão, com um passaporte falso, a fim de visitar a Disneylândia de Tóquio), mas Kim Jong-un passou grande parte de sua juventude frequentando uma escola de elite fechada na Suíça e não parecia disposto a repetir travessuras de seus irmãos.
Também deve ser referido que o atual líder da Coreia do Sul, a Presidente Park Geun-hye, também pode ser considerada como membro de uma dinastia política porque é a filha de Park Chung-hee, um controverso líder autoritário que governou o país por 18 anos, transformando-o em uma potência econômica reconhecida, mas, ao mesmo tempo, ele atingia muitas vezes seus objetivos com detrimento da democracia e dos direitos humanos.
No que refere a Bassel Assad, o filho mais velho do ex-presidente sírio Hafez Assad, ele morreu num acidente de carro, muitos duvidaram que seu irmão mais novo, um oftalmologista tranquilo Bashar Assad, fosse capaz de substituí-lo como 'herdeiro'. No entanto, o atual líder sírio acabou por ser um político audaz e obstinado. Ele continua governando o país com considerável apoio popular, apesar da guerra civil em curso e de maquinações de poderosas nações estrangeiras para derrubá-lo.
Enquanto isso, outra 'dinastia' política dos EUA não está tão feliz, como John Ellis "Jeb" Bush, filho do 41º presidente dos EUA, George H. W. Bush, e irmão do 43° presidente dos EUA, George W. Bush, foi incapaz de obter uma nomeação do partido durante a campanha presidencial em curso.
Ao mesmo tempo, Marine Le Pen, a líder atual do partido político francês mais à direita Frente Nacional e filha do fundador da organização Jean-Marie Le Pen, não só foi capaz de substituir com sucesso seu pai no cargo de chefe do partido, como conseguiu orientar o movimento em uma direção um pouco diferente, apesar dos desejos do ex-líder. Na verdade, depois de fazer uma série de declarações polêmicas, Jean-Marie Le Pen foi expulso do partido que em tempos ajudou a criar.
Essas chamadas "dinastias" continuam sendo uma coisa bastante controversa. Enquanto alguns filhos de políticos se revelam administradores capazes e, às vezes, até conseguem superar seus pais em aptidão, o conceito de 'herdar' posições políticas, não importa com que cuidado isso seja ofuscado, não se dá bem em muitas culturas e nações.