Aliás, Luís Tomé, professor universitário, reforça mesmo que o prestígio de Portugal sai reforçado com estas participações, com 34 mil militares portugueses envolvidos ao longo destes vinte anos em diferentes missões, um "instrumento fabuloso do soft power português".
Momento delicado na fronteira da Federação Russa
Forçar a paz fazendo a guerra
Para este analista, "o estado de crescente alvoroço militar na frente leste, vizinha da fronteira com a Federação Russa", visa aniquilar a capacidade militar preventiva da Rússia e da China no plano mundial.
É que o desequilíbrio de forças e das análises feitas à participação portuguesa nestas missões acaba por envolver o povo português num esforço de guerra que lhe é alheio. A mudança de paradigma elaborada há 20 anos, quando os esforços internacionais de Portugal se deixaram de fazer sob o insígnia da ONU para se fazerem ao serviço dos interesses da OTAN, levam a que estejamos perante uma substituição de ações de paz por ações de guerra.
Ora, uma opinião pública que apenas tem acesso a um dos lados da história é, fundamentalmente, uma opinião pública que ignora as reais dimensões dos problemas que tem pela frente. É nesse campo que paz e guerra se confundem e, em última análise, precisam ser destrinçadas para que entendamos a natureza e as consequências destas ações.
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