"Sim, eu fui muitas vezes tomado por alemão", disse Gholamreza numa entrevista à Sputnik. "Aqueles que ainda encontraram a presença das forças armadas da URSS, julgam que eu sou russo e chamam-me de ‘soviético’. Há quem me julgue inglês, outros — um cidadão de algum outro país europeu".
Para algumas pessoas essa aparência europeia, e em alguns aspectos mesmo eslava, seria uma grande oportunidade para se destacar da multidão e atrair a atenção entusiasta dos transeuntes. Mas, no caso de Gholamreza, ele não é tão optimista, ele deseja apenas não sofrer nenhum incidente! O nosso herói sofre constantemente ofensas, que lhe são endereçados nas ruas do Afeganistão.
"Houve momentos em que alguém jogou pedras e gritou palavrões para mim. Eu fui forçado a fugir. Não estou disposto a entrar numa briga com desordeiros sobre a minha nacionalidade", diz Gholamreza.
"Uma vez eu consegui entrar na mesquita", diz Gholamreza. "No entanto, antes de eu começar a fazer o salah, o povo começou a me filmar e fazer fotos comigo. Então, essas pessoas carregaram essas fotos no Facebook com comentários ‘um estrangeiro abraça o Islã e agora está orando na mesquita conosco'".
Gholamreza sofre a nostalgia dos dias em que viveu no Irã.
"Então, eu era apreciado como todos os louros, me davam sinais de atenção. Especialmente as mulheres locais, para quem a cor do cabelo louro é um padrão de atratividade no homem. Era mais fácil fazer novos amigos. Aqui no Afeganistão, na minha pátria histórica, eu atravesso tempos difíceis. Aqui a minha aparência tem um papel negativo. Infelizmente, hoje no Afeganistão ser um europeu significa sofrer desconforto e até mesmo perigo, para se tornar em um alvo de terroristas ou raptores", disse Gholamreza Majidi, um afegão diferente de todos os outros.