Para um país que vai sediar o próximo mundial e que vem investindo muito no desenvolvimento do seu futebol, os resultados conquistados até o momento podem ser considerados frustrantes. O tempo é curto e o atual elenco não dispõe de muitos talentos. Mas, no gramado, o que a Euro 2016 está mostrando para a Rússia é que as coisas precisam mudar, que a preparação da equipe precisa ser repensada.
Fora dos gramados, os motivos de preocupação são ainda maiores. Com sua imagem manchada por alguns tristes episódios envolvendo seus torcedores, a Rússia volta a ser alvo de ataques implacáveis da mídia ocidental, que parece quase ignorar a existência de hooligans não russos ou sua presença na França. Como se não bastasse a UEFA ameaçar o país de desqualificação por conta dos seus torcedores, os recentes eventos também vêm sendo utilizados como novo combustível por aqueles que querem a todo custo tirar da Rússia o direito de sediar a Copa do Mundo de 2018.
"Nós podemos ver as coisas que a mídia inglesa está falando, dizendo que a Copa tem que ser retirada da Rússia", disse o atacante russo Artem Dzyuba em coletiva de imprensa antes do jogo contra a Eslováquia. "Não queremos ser excluídos da Eurocopa. Nossos torcedores têm que estar focados apenas em nos dar força durante o torneio. Mas não estamos em um campeonato de luta de rua. Vamos parar de falar disso, vamos falar do campeonato de futebol".
Nesta quinta-feira, a justiça da França informou que três torcedores russos serão presos e outros 20 deportados em razão dos distúrbios provocados no país.