O especialista em inteligência competitiva Yevgeny Yuschuk acredita que o regime reflete o desejo da China e dos EUA em excluir os fatores imprevistos que possam dar início a uma guerra cibernética.
As autoridades dos EUA estão satisfeitas com o progresso na troca de informação com a China sobre ameaças cibernéticas, disse a porta-voz do Departamento de Segurança interna dos EUA Suzanne Spaulding. Ela também salientou a importância de contatos contínuos com a China nesta área e a necessidade de implementação na prática dos resultados da cooperação dos negociadores e especialistas de alto nível.
Os observadores prestaram atenção ao fato de as partes terem mitigado as acusações mútuas sobre ataques de hackers.
"A situação reflete o ambiente que havia nos tempos da corrida armamentista nuclear. É muito caro e é muito perigoso, na verdade, porque existem infraestruturas, cuja neutralização pode ser perigosa para a sociedade e ter consequências graves."
"Nesta situação é necessário, como mostrou a experiência de confronto nuclear nos anos 70 e 80 do século passado, excluir sempre dois fatores. Primeiro, a pressão acidental no gatilho, quando a ação do outro lado seja interpretada incorretamente. Segundo, é o de terceiras partes, que podem interferir nos interesses dos dois Estados. Portanto, essas relações sino-americanas são em primeiro lugar uma possibilidade de excluir os fatores imprevistos e não necessariamente gestos de boa vontade ou de boas relações de uns com os outros".
"Não faz sentido silenciar ou não a reciproca coleta de dados, ou a espionagem industrial… o fato é que em qualquer país — no Reino Unido, Rússia ou EUA, há legislação que regula a inteligência no contexto de quem a realiza, mas também no contexto de alguém que é objeto de ações de inteligência. Portanto, nem a China, nem os Estados Unidos, têm nada a esconder ou a não esconder, isso está predefinido e é compreensível. Para além disso, a coleta de dados é considerada como uma atividade absolutamente normal, porque simplesmente não há outro jeito para obter informações privilegiadas."