De acordo com Renan Calheiros, está é a nona vez que o Congresso recebe um pedido de impeachment contra Rodrigo Janot, sendo que quatro denúncias anteriores foram arquivadas pelo Presidente do Senado. Calheiros garantiu que mais uma vez dará sua decisão de forma imparcial.
“O meu propósito é decidir sobre esse novo pedido, que é o nono, até quarta-feira (22). Esse prazo é razoável para que eu possa analisar a matéria. Eu, com a mesma isenção, com a mesma imparcialidade com que já arquivei quatro dos oito pedido, com o de ontem (16), nove, eu pretendo fazer isso e tornar pública essa minha decisão.
Calheiros criticou ainda as sucessivas ações realizadas pelo procurador-geral contra senadores, como por exemplo a quebra de sigilo de informações que já teriam sido prestadas, além de pedidos de prisão sem haver flagrante delito.
“Você acha que ninguém intimida o procurador-geral? Quando as pessoas perdem o limite da Constituição, perdem o limite do ridículo também. O procurador-geral, ele contra senadores fez busca e apreensão na residência de vários senadores que estavam dispostos a colaborar. Ele quebrou sigilo de informações que já haviam sido dadas. Ele fez condução coercitiva de alguém que não colocou nenhum obstáculo para ir depor. Eles quebraram sigilos já entregues pelos senadores. Pediram prisão de senadores, que não colocaram nenhuma dificuldade para depor. Ao final, ao cabo, pediram a prisão de senadores no exercício do mandato sem flagrante delito.”
A senadora Ana Amélia (PP-RS) ressaltou, ao conversar com a imprensa, que se Calheiros aceitar o pedido de impeachment estará cometendo um equívoco, pois poderá agravar a atual crise pela qual passa o país.
“Se houver a admissibilidade do impeachment do procurador-geral da República, será um equívoco, uma decisão errada. Será uma provocação e ampliará o grau de crise institucional. Eu tenho muita confiança na serenidade, no equilíbrio e da responsabilidade do presidente Renan Calheiros, que em todos esses processos, tanto do impeachment, quanto nessa relação com o Poder Judiciário e o Ministério Público tem se revelado uma pessoa extremamente respeitosa e equilibrada. Eu acredito que ele vai continuar agindo assim, porque ele está falando pela instituição, que é por quem ele deve tomar a decisão correta e adequada, mas se houver a admissibilidade, aí nós teremos sim ampliada a crise que nós não precisamos agora criar, uma crise institucional.”
Além de Renan Calheiros, o procurador-geral da República solicitou ainda ao STF, a prisão do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), e do ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) por tentativa de obstrução da operação Lava Jato. O pedido foi rejeitado pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki.