Segundo Brandon Chilton, que encabeça o grupo de trabalhistas britânicos que apoiam o Brexit, a vitória dos apoiantes da saída significará uma derrota do governo Cameron.
"Penso que Cameron terá de se demitir. <…> Ele perdeu também muito apoio no Partido Conservador e penso que para ele será impossível ficar", considera Chilton.
Na sua opinião, as eleições antecipadas poderão ser realizadas no país até fim do ano.
É referido que entre os possíveis candidatos para o cargo de Cameron estão o ex-prefeito de Londres Boris Johnson e o ministro da Justiça do país Michael Gove.
"<…> Esta saída, se tiver lugar, terá consequências sistemáticas primeiramente para a União Europeia, para a situação do comércio dentro da UE. Ora, a UE é o nosso maior parceiro, com o qual temos laços muito estreitos apesar de sanções. No nosso país funcionam quase 13 mil empresas da UE e tais alterações tectônicas na UE serão bastante sensíveis para nós", disse Belousov.
Na opinião do deputado do Parlamento Europeu do Partido Socialista Operário Espanhol Juan Fernando López Aguilar, que deu entrevista à RIA Novosti, as consequências do Brexit serão muito graves.
"Não quero falar de catástrofe, mas as consequências, no caso de vitória de seus apoiantes, serão graves. São os fatores de desestabilidade, dúvidas, incerteza, que terão impacto negativo sobre as perspectivas de recuperação e crescimento. Será a pior decisão em relação à crise na Europa. A situação está provocando muita preocupação", disse Aguilar.
"Penso que a intervenção na zona do euro de um país que recusou o euro é inadmissível, como é o caso do Reino Unido".
Sua preocupação expressou também o porta-voz da Organização Mundial de Comércio (OMC), Keith Rockwell.
"Destacamos que a saída do Reino Unido da UE terá consequências no âmbito da OMC", disse. "Pode se tornar um período de grande incerteza e não é claro como o Reino Unido se irá comportar em termos dos acordos já existentes".
Rockwell esclareceu que na OMC todos os membros têm um plano especial para implementar responsabilidades. O problema é que o plano da UE inclui as responsabilidades de todos os 28 países. O Reino Unido não tem um plano próprio. Se sair da união, não terá algum e o plano deve existir.
Além disso, o Reino Unido é um dos três maiores contribuintes com recursos financeiros para a união. No caso de sua saída, a maior parte de todas as despesas passarão para a Alemanha, a maior economia da UE.
O Brexit será um choque para a influência global de Bruxelas porque o Reino Unido é um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, participa do G7 e do G20, tem peso no Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional. Assim, a UE perderá influência na sua política externa.
O referendo será realizado já nesta quinta-feira (23). Segundo a enquete, o número dos que apoiam a ideia e os que estão contra é praticamente igual.