O presidente do Senado explicou, que apesar de ser a favor do fim da legalização de dinheiro da corrupção, ele acredita que qualquer modificação agora na Lei da Delação Premiada poderá ser interpretada como uma retaliação à Operação Lava Jato.
“Será que é correto alguém que desviou milhões de reais dos cofres públicos fazer uma delação e receber como prêmio salvar uma grande parte dos recursos desviados. Então, não é nada absolutamente com relação à Lava Jato. É claro que ela precisa ser regulamentada, mas ela não será regulamentada por mim enquanto eu for presidente do Senado Federal.”
Quando foi Ministro da Justiça, no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1988, Renan Calheiros lembrou que defendia o uso da Delação Premiada como forma de autorizar a redução de pena para os presos que colaboravam com as investigações.
O Presidente do Senado também comentou nesta quarta-feira (22), os pedidos de impeachment que estão sendo protocolados contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O último pedido de impeachment contra Janot, foi solicitado por advogados que alegam imparcialidade e ilegalidade por parte do procurador-geral da República ao pedir a prisão de políticos, como o senador Romero Jucá e do próprio Renan Calheiros acusados de interferirem nas investigações da Lava Jato, e não ter feito o mesmo em relação à presidenta afastada Dilma Rousseff, e ao ex-presidente Lula.
O presidente do Senado voltou a negar qualquer tipo de retaliação contra Rodrigo Janot, ressaltando que já arquivou quatro pedidos de impeachment contra o procurador, e outros seis estão sendo analisados, incluindo o pedido dos advogados, além da existência de um novo que foi encaminhado nesta quarta-feira (22) ao Senado.
Renan Calheiros, ressaltou que o Senado tem um papel fundamental para superar a crise enfrentada pelo Brasil, e reafirmou que terá total responsabilidade e imparcialidade nas suas decisões.
“A imprensa discutiu bastante e falou até em ameaça. Imagina. Quem me conhece sabe que não sou de ameaçar absolutamente. Eu dei apenas uma notícia. Trouxe uma informação e vou avaliar a exemplo dos quatro pedidos que já arquivei. Estão chegando outros pedidos. O Senado é a solução para a crise. Nós vamos ter total responsabilidade com isso e não vamos desbordar do nosso papel constitucional.”
Na semana passada, Calheiros tinha prometido para esta quarta-feira (22) a decisão sobre o assunto, mas hoje (22) afirmou que vai esperar a análise dos advogados do Senado antes de decidir, e ainda considerou “inusitado” que os pedidos continuem chegando a Casa.
O presidente do Senado informou que enviou os pedidos de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram encaminhados para análise da Advocacia do Senado, em função do aditamento de outros pedidos. A Advocacia do Senado ainda não divulgou um prazo para se pronunciar sobre Rodrigo Janot.