Caracas pede ajuda de Madri para investigar partido espanhol

© flickr.com / Podemos UviéuPodemos, um partido político espanhol de esquerda fundado em 2014
Podemos, um partido político espanhol de esquerda fundado em 2014 - Sputnik Brasil
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A Assembleia da Venezuela, controlada pela oposição, apela ao Ministério das Finanças e outros órgãos fiscais da Espanha para colaborarem na investigação aberta a fim de esclarecer se o partido Podemos poderia ter sido financiado com dinheiro venezuelano, informou o jornal El País nesta terça (21).

Além disso, de acordo com a documentação, que fica na disponibilidade de El País, a Assembleia intimou Pablo Iglesias, Inigo Errejón e Juan Carlos Monedero, entre outros fundadores do partido espanhol Podemos a comparecerem ante o tribunal venezuelano em 6 de julho. O partido negou qualquer ligação entre o financiamento e o governo do país da América Latina.

​Freddy Guevara, presidente do Comitê de Controladoria, abriu na semana passada abriu uma investigação oficial sobre os US$ 7,16 milhões (cerca de R$ 25 milhões) que o Centro de Estudos Políticos e Sociais (CEPS, na sigla em espanhol) ligado ao partido Podemos teria recebido entre 2003 e 2011. De acordo com parlamentar, o dinheiro, supostamente, foi usado para promover o partido, fundado em 2014. 

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Esta semana, Guevara mencionou em uma carta Iglesias, Monedero, Errejón, Jorge Verstrynge e Luis Alegre, todos ligados ao Podemos desde a sua criação. "Estamos disponíveis para alterar a data e hora programada [6 de julho, às 11.00], se não forem capazes de participar", diz o documento. Cada político "é instado a aparecer sem prejuízo dos direitos reconhecidos internacionalmente e também na Constituição da República Bolivariana da Venezuela".

Iglesias já afirmou que não comparecerá ante o tribunal venezuelano para dar explicações e negou qualquer ligação entre o Governo venezuelano e o financiamento do partido Podemos, argumentando que quem tem a competência para investigar o assunto são os tribunais espanhóis. 

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"Se alguém se recusa de cooperar é muito claro que cometeu algo. Nós já poderíamos ter iniciado o processo judicial", disse Guevara em uma conversa telefônica com o jornal El Pais. "Lembramos que os cidadãos de outros países também podem ser solicitados a comparecer em outros países <…> Eu não gostaria de falar muito sobre um tema que ainda não acabou, mas solicitamos por meio jurídico que essas pessoas testemunhem, porque não estamos lhes perguntando o que eles fizeram com o seu dinheiro lá na Espanha, ou o dinheiro que ganharam quando eram professores, mas perguntamos o que eles fizeram com o dinheiro venezuelano", acrescentou ele. "Os países que têm tratados internacionais contra a corrupção, devem trabalhar em torno disso. Temos que ativar todos os mecanismos que pudermos".

​Guevara pediu em carta chamada "cooperação valiosa", para que o Ministério das Finanças da Espanha, liderado por Cristobal Montoro, lhe forneça as declarações de impostos do CEPS entre os anos 2002 e 2016.

"Nós procuramos informações para saber se teve esse desembolso, se houve transferências para fundar o partido e se as coisas declaradas para um fim foram para outro", explicou Guevara às autoridades espanholas. "Se foi cometido algum ato ilegal, deve ter ocorrido algum tipo de legitimação ou lavagem de dinheiro, e precisamos de informações das autoridades espanholas, para que nos orientem sobre o assunto", acrescentou ele.

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