Segundo a Autoridade do canal do Panamá, já foram achadas pelo menos 8.862 amostras paleontológicas durante as escavações, que duraram entre 2008 e 2012. A ACP, entidade autônoma panamenha, realizou o projeto junto com o estadunidense Instituto Smithsonian de Investigações Tropicais (STRI). A equipe íntegra 30 paleontólogos.
Os dados detalhados serão publicados pela revista Nature na sua próxima edição, informa a mídia internacional. No entanto, sublinha-se que "o tesouro é enorme". Estas palavras de Oris Rodríguez, investigador do STRI, repercutem no mundo hispano-americano:
"Imagine ter tido todos esses fósseis de animais e plantas escondidos lá, até que se abrisse uma janela de valor incalculável ao passado através do acesso às rochas do canal".
Entre as amostras, 5.377 são rochas e sedimentos e 3.485, fósseis; estes últimos se dividem em 359 de plantas, 1.511 de moluscos, 6 de equinodermos, 149 de artrópodos, 317 de tubarões, 704 de répteis e 439 de mamíferos.
Para Zuleika Mojica, membro da equipe de Proteção Ambiental da ACP, se trata de "um antes e um depois na história da paleontologia a nível mundial": os objetos achados já permitiram revisar algumas teorias científicas, insiste Mojica.
Citada pelo site Panamá América, ela afirma que a principal consequência do descobrimento é o estabelecimento de uma "afinidade norte-americana", que é um argumento que confirmaria a existência, em um passado bem remoto (22 milhões de anos há), de um ligação continental entre a América do Norte e a Central. Os períodos envolvidos se chamam Oligoceno e Mioceno: neles, houve importantes movimentos tectônicos que formaram várias paisagens contemporâneas da Terra.
Além do movimento tectônico, houve um movimento de seres vivos, um pouco mais tarde — 10 milhões de anos atrás. Cobras, tartarugas, abelhas, rãs, salamandras, peixes e outros animais migraram para o sul.
Estado atual
A ampliação do canal do Panamá é um projeto ambicioso bastante discutido na região. Ele visa aumentar o comércio, possibilitando uma passagem mais cômoda entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Mais cedo na semana em curso, em 20 de junho, o navio grua Oceanus realizou um teste passando pelas exclusas de Cocolí. O teste foi bem sucedido, o que aumentou o orgulho e as esperanças da ACN.