Mapa da Grã-Bretanha pode tornar-se irreconhecível
Os resultados do referendo – 52% a favor do Brexit – são significam que a crise interna no país acabou. Pelo contrário, podem levar à divisão do país.
A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, afirmou que a votação da Escócia no referendo a favor da permanência mostra o seu desejo de fazer parte da União Europeia.
“O referendo deu um sinal claro que o povo escocês vê o seu futuro junto com a UE”, disse ela.
De acordo com os resultados da votação, os cidadãos das maiores cidades votaram a favor da permanência na UE: 66,6% em Glasgow e 74,4% em Edimburgo.
Ainda mais significativos foram resultados na Irlanda do Norte que também mostraram a vontade de permanecer na União Europeia, enquanto a Inglaterra e País de Gales foram na maioria eurocéticos.
O partido nacionalista da Irlanda do Norte, Sinn Féin, até afirmou que o Brexit será pretexto para se reunificar com a Irlanda.
“Isso vai significar que o governo perdeu o direito de representar os interesses da Irlanda do Norte”, — disse o líder do partido Declan Kearney.
União Europeia, coragem!
Os partidos de extrema-direita já chamam a seguir o exemplo do Reino Unido. Assim, o líder do Partido para a Liberdade holandês, Geert Wilders, o político mais popular na véspera nas eleições gerais, disse:
"Queremos ser responsáveis pelo nosso país, pelo nosso dinheiro, pelas nossas fronteiras, pela nossa política de imigração. Os Países Baixos têm de ter a oportunidade o mais rápido possível de expressar a sua opinião sobre a permanência holandesa na União Europeia".
Por sua vez, diversos outros políticos em exercício deploram o espírito de separatismo britânico.
"O Brexit é o maior golpe contra o processo da integração europeia depois da Segunda Guerra Mundial", escreveu no seu Twitter o presidente do parlamento tcheco, Yan Hamacek.
O chanceler francês Jean-Marc Ayrault afirmou que estava desolado pelos resultados do referendo.
"A União Europeia continuará a existir, mas deve reagir e recuperar a confiança das pessoas. Isso deve ser feito sem demora, disse Ayrault, citado pela agência Reuters.
Segundo a Reuters, o ministro do Exterior polonês, Witold Waszczykowski, também expressou pesar:
“É uma má notícia para a Europa, para a Polônia. É um grande dilema para os eurocratas, queremos todos preservar a UE, o problema é saber qual será a sua forma",
Ainda mais emocional mostrou-se o vice-chanceler alemão Sigmar Gabriel:
"Caramba! Um dia mau para a Europa", escreveu ele no seu Twitter.
Damn! Ein schlechter Tag für Europa. #EUref
— Sigmar Gabriel (@sigmargabriel) 24 июня 2016 г.
O chanceler alemão, por sua vez, chamou as notícias vindas da Grã-Bretanha de "preocupantes".
Rumors are here: #Brexit could be followed by Grexit, Departugal, Italeave, Czechout, Oustria, Finish, Slovakout, Latervia, and Byegium.
— Katie Jurek (@KatieJurek) 24 июня 2016 г.
Outros países preocupados com os seus interesses
O governo indiano, por sua vez, não está incomodado com as consequências do Brexit, disse um representante do Ministério das Finanças, frisando que a Índia tem bastantes reservas internacionais.
Já a Ucrânia tem a certeza de que o referendo britânico afetará as suas relações com a UE, nomeadamente a isenção de vistos pode ser adiada.
Segundo o vice-presidente da Suprema Rada (parlamento ucraniano), Irina Geraschenko, os problemas internos da União Europeia fazem os líderes europeus concentrar-se na situação dentro da UE, “fechando olhos” a tudo o que acontece fora dela.