O endereço está registrado desde 2013 na Receita Federal e na Junta Comercial de São Paulo aparece como sede de diversas empresas, desde uma exportadora de alimentos até uma agência de viagem, ambas registradas em nome de ciadãos iranianos. Entre as companhias registradas na Junta estão a GBH Viagem e Turismo Ltda., GBH Serviços de Apoio Administrativo e Participações Ltda. e a GBH Comércio e Serviços de Apoio Administrativo Ltda. O suposto consulado também figura como residência de iranianos proprietários de empresas em vários pontos da capital paulista.
O analista que descobriu o "consulado" diz que a fachada de cobertura diplomática poderia acobertar atividades de espionagem e lavagem de dinheiro, além de servir para driblar as sanções que, até o início do ano, impediam diversas operações financeiras dos países com o Irã por conta da continuidade de seu programa nuclear que, para Estados Unidos e União Europeia, tinham objetivos militares.
O analista de segurança Joseph Humire, diretor do Center for a Secure Free Society dos EUA, divulgou há pouco tempo um relatório que aponta uma intrínseca rede de empresas e centros culturais ligadas à diplomacia iraniana na América do Sul. Segundo o relatório, negócios com o comércio de carne são um dos principais disfarces para a entrada de agentes da inteligência iraniana na região, onde chegam com o rótulo de inspetores sanitários. A estratégia teria sido bastante utilizada pelo regime para colocar os primeiros espiões na América Latina logo após a Revolução Iraniana em 1979, que terminou com décadas de governo do xá Reza Pahlevi.