No entanto, a presidência do Afeganistão admite a importância da parceria com a Rússia no combate às drogas e ao terrorismo.
Eis as palavras de Shah Hosein Mortazavi, vice-secretário de imprensa do presidente afegão: "Resta perguntar à própria Rússia se ela está pronta para esta cooperação."
De acordo com Igor Morozov, membro do Comitê de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação (câmara alta do parlamento russo), a participação russa do processo de paz no Afeganistão é um processo objetivo que ressalta o significado geopolítico da Rússia.
Em entrevista à Sputnik, Morozov disse que "o atual governo do Afeganistão precisa encontrar pontos de contato com o governo do Paquistão e, antes de tudo, encontrar o lugar do movimento Talibã neste processo de negociações".
O Talibã é um movimento radical islamista que é proibido na Rússia. Mas, "hoje em dia, está claro que sem esta força será extremamente difícil avançar nestas negociações". O Talibã governou oficialmente o Afeganistão entre 1996 e 2001. Naquela época, o país se chamava "Emirado Islâmico do Afeganistão".

É notável que Moscou não pediu para ser incluída neste formato de negociações, que passa a ser um "quarteto". Antes, os participantes eram, além do próprio Afeganistão, os EUA e a China. O Paquistão, onde o Talibã tem apoiantes, não participa do processo de paz devido a umas divergências históricas com o Afeganistão. No ano passado, a participação da China por pouco que não provocou uma mudança séria no decorrer do conflito.