A declaração foi feita a bordo do avião papal durante o voo que levava o Sumo Pontífice de volta ao Vaticano após sua visita à Armênia, onde o Pontífice irritou o governo da Turquia com a palavra "genocídio", que usou para se referir ao massacre de mais de um milhão de armênios pelo Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial.
A nova declaração do peso do Santo Padre aborda outra questão polémica, que põe em dúvida os ultraconservadores da Igreja.
O Papa Francisco afirmou ontem que a Igreja de Roma e os cristãos deveriam buscar o perdão dos gays pela maneira como os tem tratado, estendendo o comentário ainda a outras minorias marginalizadas pelos católicos, de uma forma ou de outra.
"Eu acho que a Igreja não deveria apenas se desculpar com um gay que tenha ofendido. Acho que ela tem que pedir desculpa também com aos pobres, às mulheres que explorou, às crianças que foram exploradas em trabalho forçado. A Igreja tem que pedir desculpas por ter abençoado tantas armas".
"A questão é: se uma pessoa tem essa condição, se tem boa vontade e se procura por Deus, quem somos nós para julgá-la?", perguntou o Pontífice.
A comunidade gay recebeu com elogios esse novo pronunciamento de Francisco, por considerá-lo como o Papa mais liberal, apesar do Sínodo da Família em 2015 não mencionar novas formações familiares.
"Nós, cristãos, temos que nos desculpar por muitas coisas, não só por isso. Mas temos que pedir perdão, não apenas nos desculpar. Perdão! Deus, essa é uma palavra da qual nos esquecemos muito", disse Francisco.
Observando a existência de "tradições em certos países, em certas culturas, que têm uma mentalidade diferente sobre essa questão" e "demonstrações que são muito ofensivas para alguns", o Pontífice fez sugestão que estas não devem servir de base para a marginalização ou a discriminação dos homossexuais.