Segundo a mídia, Abe pediu ao ministro das Finanças japonês e ao chefe do Banco do Japão que acompanhassem de perto as tendências atuais nos mercados financeiros.
Para Japão, o assunto de maior atualidade é o acordo do mercado livre com a União Europeia, no qual ambas as partes estão interessadas. O premiê japonês contava que o acordo fosse celebrado até o fim deste ano. Mas, depois do referendo britânico, o ministro das Finanças do Japão expressou o seu receio de que isso "pode se tornar uma tarefa difícil".
A Sputnik falou com Anna Bodrova, analista da companhia de consultoria russa Alpari. De acordo com ela, o Japão não deve se preocupar com isso.
"Acho que nada vai impedir este processo, porque o acordo é assinado não com países particulares, mas entre o Japão e o bloco europeu. A aliança ainda existe e atualmente nada a ameaça".
"Mas a assinatura de um acordo depende muito do próprio Japão", sublinha a analista.
Na segunda-feira, 27 de junho, Abe Shinzo apelou ao Banco do Japão que envie recursos adicionais às empresas japonesas no Reino Unido, caso seja necessário. Há milhares de empresas japoneses no Reino Unido e, para muitos delas, o país não é só um dos mercados-chave, mas também a "janela" para a UE. As grandes corporações financeiras que obtiveram no Reino Unido o direito de prestar os seus serviços na União agora se sentem ameaçadas.
A analista Anna Bodrova acredita que o Japão se preocupa com o futuro do Reino Unido, visto que boa parte da exportação japonesa vai ao Velho Mundo. Por isso, a indústria japonesa precisa de um parceiro de longo prazo estável.
Na quinta-feira (23) o Reino Unido realizou um referendo sobre a permanência do país na UE. Um total de 51,9%, ou mais de 17,4 milhões de britânicos, votou a favor do Brexit, enquanto que cerca de 16,1 milhões votaram contra. O resultado do referendo tem vindo a provocar grande polêmica a nível nacional e internacional.