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Ruy Guerra em Moscou: 'Brasil caminha para um novo fascismo'

© Foto / Pablo Baião/divulgação da assessoria de imprensa do MIFFRuy Guerra
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O 38º Festival Internacional de Cinema continua decorrendo em Moscou, e o programa de concursos está com todo o vigor. Neste momento, o famoso Ruy Guerra, diretor de cinema, poeta, professor e dramaturgo, apresenta sua obra recente "Quase Memória" aos críticos e ao público.

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A primeira longa-metragem de Guerra fala de uma dobra temporal, ou um delírio da velhice, na qual o protagonista jovem encontra a si mesmo, mas velho, e eles juntos começam a lembrar de várias situações que tinham acontecido no passado relativas a seus pais, especialmente ao pai deles.

A peça, filmada juntamente com a filha do diretor e co-escritora do roteiro, Janaína Guerra, é do gênero comédia dramática, e foi muito esperado, os dois começaram trabalhando nela há cerca de 20 anos, do início mesmo do aparecimento da ideia, como ela informou durante a coletiva no âmbito do Festival realizado entre 23 e 30 de junho, 2016. 

Cabe mencionar também que o trabalho levou tanto tempo devido às razões da produção, de acordo com a mídia brasileira.

É preciso admitir que a obra é bastante difícil de compreender, o que se torna claro já no trailer, mas perguntado por uma jornalista da Sputnik sobre o sentido que ele gostaria que o público compreendesse, o cineasta disse:

"Geralmente os meus filmes tem a reputação de filmes difíceis de compreender, mas não são, são filmes muito fáceis de compreender. Basta ao espectador não procurar coisas que não estão lá".

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Além disso, de forma irônica explicando a possível percepção da obra como algo de louco, ele admitiu sorrindo que está louco também e que o seu pai estava louco, mas tendo em conta que o filme é tirado de um livro de Carlos Heitor Cony, "essa loucura não me pertence".

O sentimento de que as suas obras são difíceis de compreender não é a única reação que o famoso cineasta recebe.

© Foto / Divulgação do serviço da imprensa do MIFFUma cena do filme "Quase memória"
Uma cena do filme Quase memória - Sputnik Brasil
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Como é sabido, as obras do cineasta famoso sofreram por várias vezes de censura e, respondendo à curiosidade de uma jornalista da Sputnik sobre a ligação entre a arte e as posições daqueles no poder, porque a arte provoca tal reação das autoridades, ele notou:

"A política brasileira está completamente dominada por corrupção legalista. O Brasil hoje tem uma imagem democrática e não é um país democrático. É um país que caminha para o novo fascismo. E é preciso ter uma forte luta política para impedir isso".

Claramente, nesta ligação é difícil negar a situação atual e a pedido da Sputnik para esclarecer a atual situação política e cultural no Brasil, o diretor disse bastante sinceramente:

"O Brasil hoje acabou de ter um golpe de Estado, não feito por militares, mas feito por civis", disse o diretor.

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