150 policiais federais cumprem 81 mandados de judiciais, sendo 14 mandados de prisão preventiva, onde 12 já foram cumpridos, além de 17 mandados de busca e apreensão em imóveis, 43 de busca e apreensão de veículos e 7 de condução coercitiva, nas cidades de Londrina e Araucária (PR), Corumbá (MS), Martinópolis, Presidente Prudente e São Paulo (SP).
Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início em janeiro do ano passado, com um dos grupos responsáveis pela logística de transporte de cocaína estava instalado na cidade de Londrina (PR), mas com ramificações no Brasil, Bolívia, Colômbia e Espanha.
A Polícia Federal em cooperação internacional com a polícia boliviana já tinha conseguido efetuar a prisão de um casal da Bolívia, que fazia parte da quadrilha e eram os traficantes mais procurados daquele país, responsáveis pelo ingresso de duas toneladas de cocaína por mês no Brasil.
De acordo com as investigações, a droga era transportada em uma frota de caminhões e carretas que possuíam fundos falsos, especialmente preparados para o transporte do entorpecente.
Em coletiva à imprensa, o delegado da Polícia Federal Elvis Secco, excplicou que a preparação dos caminhões era feita de forma sofisticada, onde quase não dava para ver o fundo falso. Os traficantes transportavam ainda produtos lícitos para disfarçar a droga e driblar a fiscalização. A quadrilha ainda arregimentava motoristas para providenciar o transporte da carga.
“Muito bem feito. Você não conseguia ver assim a olho nú. Muitas dessas apreensões foram passadas em raio-x, para poder identificar onde estava a cocaína. O fundo falso era de uma maneira tão sofisticada, que você não conseguia descobrir.”
Em Londrina, os agentes da Polícia Federal conseguiram prender Claudinei de Jesus, apontado como um dos chefes do bando, que vinha sendo monitorado desde janeiro 2015.
A rota usada pelos traficantes começava em Porto Quijarro, na Bolívia e entrava no Brasil pela cidade de Corumbá (MS), depois, seguia para Vinhedo, no interior de São Paulo, até chegar a cidade de Santos, onde a droga era enviada para a Espanha.
A Polícia Federal brasileira já alertou e passou informações para as autoridades espanholas, que vão tentar agora localizar o braço europeu da quadrilha.
Durante os trabalhos, os agentes conseguiram apreender do Núcleo boliviano cerca de US$ 10 milhões, além de efetuar grandes apreensões de entorpecentes. No Brasil, foram identificados ainda imóveis que eram usados como depósitos para o carregamento, descarregamento e confecção de “fundos falsos” nos veículos, que transportavam a droga.
Segundo a Polícia Federal, os presos vão responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação para o tráfico, falsificação de documentos públicos e privados, furto, roubo, homicídio e organização criminosa. As penas somadas ultrapassam a 20 anos de prisão.