O grupo é composto por estudantes de várias universidades da cidade de Krasnodar (sul da Rússia), que são cidadãos dos Camarões, Costa do Marfim e do Congo. Eles enfrentam muitos desafios na Rússia e o maior é o clima.
"Se somos saudados calorosamente? É um pouco contraditório. Quando eu cheguei à Rússia, a minha primeira impressão, a primeira coisa que senti, foi a qualidade do ar. Houve grandes diferenças, porque o ar na África é quente e seco, e quanto eu cheguei aqui o ar era mais fresco, fazia frio, estava quinze graus negativos. Isto foi um choque climático para mim", explica ele rindo.
"As pessoas me acolheram calorosamente e com sinceridade", admite. "Desde o momento em que eu cheguei à cidade, à minha universidade, fui bem recebido e me foi dado um quarto para me alojar. Não falava russo, falava inglês e francês e foram poucas as pessoas que sabiam falar um pouco de inglês. Portanto, o processo de comunicação foi um pouco difícil, mas todos fizeram esforços para que eu não me sentisse isolado".
"É difícil o clima", diz ele. "É verdade que, após alguns anos de vida na Rússia, estou tentando viver nesse clima, mas não é fácil a adaptação. Porque pode estar calor, pode estar frio, pode estar apenas um pouco de frio, chove. É diferente!"
A gramática, o alfabeto, há muitos obstáculos que enlouquecem literalmente uma pessoa.
"A letra Ы. Isso é que me fez ficar louco! Há também as letras Щ e Ш. Não sei quando é preciso dizer Щ e quando Ш, não sei qual é preciso escrever. Elas são praticamente iguais, há só uma vírgula que altera tudo. Há três letras: as letras Ы, Ш e Щ e eu não sei se as pronuncio bem! Tenho dificuldades de diferenciá-las!", disse o interlocutor da Sputnik.
Prazeres gastronômicos, por exemplo.
Leopold vive há muito tempo na Rússia e já teve oportunidade de penetrar em todos os mistérios da cozinha nacional.
"Existem o borsch, a solianka, a sopa de batatas. Existem também muitas iguarias deliciosas. Gosto do chachlyk", explica ele.
A diferença principal entre a cozinha da Rússia e a dos Camarões é que a cozinha da Rússia é mais leve e a cozinha africana é mais oleosa, porque é feita com óleo de palma. E os ingredientes também são diferentes. Aqui há mais sopas, mais pratos ligeiros como o borsch, que são verdadeiramente ligeiros para África.