Gorbulin sublinhou no seu artigo que a percepção da atual situação em Donbass como “calma” é errada e que esta esconde uma ameaça. Na verdade, o estado atual de coisas é apenas uma etapa de um conflito de longa duração que antecede o seu agravamento.
“A perspectiva de hostilidades de grande escala aparece no horizonte cada vez mais clara”, resumiu Gorbulin.
Em abril de 2014, Kiev iniciou uma operação militar nas províncias de Donetsk e Lugansk para apagar os focos de insatisfação com a mudança violenta de poder no país, ocorrida em fevereiro do mesmo ano.
A questão da solução do conflito está sendo discutida, inclusive no âmbito dos encontros do grupo de contato em Minsk, que desde setembro de 2014 já aprovou três documentos regulamentando os passos de diminuição da tensão, inclusive a trégua. Porém, os dois lados do conflito denunciam violações regularmente.
O último documento – de 12 de fevereiro de 2015 – previa um cessar-fogo total no leste da Ucrânia, a retirada de armas pesadas da linha de contato e criação de uma zona de segurança, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave (tendo em conta as particularidades das regiões de Donetsk e Lugansk, acordadas com os representantes destas áreas), e também a aceitação de uma legislação sobre o estatuto de Donetsk e Lugansk.
Os dois lados não conseguiram cumprir os acordos até o final de 2015, segundo foi previsto inicialmente. Então, o prazo de realização dos acordos foi prolongado para 2016.