No seu livro “Fuga do Campo 14” e no documentário “Camp 14: Total Control Zone” ele faz uma confissão chocante sobre a vida interna do Campo 14 onde ele nasceu e passou 24 anos.
Seu pai recebeu visita de sua mãe como um prêmio por bom trabalho. Estas condições cruéis e desumanas ele considerava como uma vida completamente normal.
Segundo ele, se os internados não cumprissem uma só destas regras, eles seriam fuzilados:
- É proibido fugir;
- É proibido se reunir em grupos de mais de três pessoas;
- É proibido roubar;
- É preciso obedecer absolutamente os funcionários do Ministério de Segurança da Coreia de Norte;
- É preciso informar imediatamente sobre pessoas e objetos suspeitos;
- É preciso os internados se controlarem uns aos outros e informarem de condutas suspeitas;
- É preciso os internados cumprirem suas funções com toda a diligência;
- É proibido as mulheres e homens terem quaisquer contatos além dos de trabalho;
- É preciso os internados sentirem profundamente seus erros;
- Se as regras não forem cumpridas, os internados serão fuzilados.
Por um novo companheiro, ele soube do mundo que existia fora do campo. Ele gradualmente elaborou um plano para se escapar. O companheiro de Shin morreu na cerca elétrica sob tensão durante uma tentativa para escapar, mas Shin conseguiu sair.
Desde então, Shin Dong-hyuk vive na Coreia do Sul e é um ativista de direitos humanos na Coreia do Norte. Através da publicação de seu livro e documentário sobre os horrores do campo de internação, Shin conseguiu atrair a atenção da comunidade internacional para a situação na Coreia do Norte.
"Quero contar não só as experiências próprias, mas também sobre as muitas pessoas que nascem em campos na Coreia do Norte. Lá eles são torturados e executados. Quero motivar o maior número possível de países e as Nações Unidas para porem fim a esta situação. Infelizmente, devo reconhecer que, apesar de meus esforços, pouco mudou na Coreia do Norte”.
Mas a história de Shin é amplamente criticada. Por exemplo, se diz que ele tinha errado o número do campo. Além disso, nas diferentes histórias sobre sua vida, ele fala de números diferentes de vezes de suas tentativas para escapar. Shin admite que na sua história há imprecisões, mas diz que não mentiu.
"Eu não sei por que eles [funcionários de várias embaixadas da Coreia do norte] têm tanto medo, mas eles não querem se encontrar comigo. Eu pedi só para entregar a minha petição para qualquer funcionário da embaixada, mas nunca recebi uma resposta positiva. Eu pedi apenas um encontro com meu pai. Não quero nenhuma compensação pelas torturas. Pelo meu dedo cortado e unhas arrancadas…”
Durante suas viagens, Shin visitou as embaixadas da Coreia do Norte em Londres e Estocolmo. Durante sua visita a Berlim, onde ele também tentou sem êxito realizar uma reunião no consulado da Coreia do Norte, ele falou com a correspondente da agência Sputnik Ilona Pfeffer.