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Paes: Rio 'deselitizou' as Olimpíadas e mazelas da cidade foram a causa da escolha do COI

REPORTAGEM JOGOS 1 MES 2 DE 05 07 16
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Faltando um mês para os Jogos, O prefeito Eduardo Paes e presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, falaram em coletiva à imprensa nesta terça-feira (5) sobre os preparativos da cidade. A cerimônia deu início à contagem regressiva para o maior evento esportivo mundial.

Durante o evento, o Prefeito Eduardo Paes destacou que trazer a Olimpíada para o Rio de Janeiro 'deselitizou" o evento esportivo internacional.

“De certa maneira, a vinda para o Rio de Janeiro significa a deselitização do movimento olímpico, quando se supera o muro da América do Norte. Esse muro, que alguns querem construir de forma física, e se encaminha para um continente como a América Latina. Você tinha uma experiência de Olimpíadas no México, mas se vem para a América do Sul, um continente em desenvolvimento, com os problemas que nosso continente tem, com os problemas que nosso país tem, foi uma ótima oportunidade de mostrar que é possível sim se levar o movimento olímpico, os Jogos Olímpicos para transformar lugares como o Brasil, o Rio de Janeiro, como a América do Sul.”  

Paes apresentou as transformações que a cidade passou nos últimos anos, como a derrubada da Perimetral, as intervenções de mobilidade urbana e a revitalização da Zona Portuária da cidade, e ressaltou que justamente o que fez o Rio de Janeiro ganhar a sede dos Jogos foi mostrar suas mazelas.

Aérea do Parque Olímpico do Rio - Sputnik Brasil
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"A razão que nos fez vencer cidades como Tóquio, Chicago e Madri, não é porque o Rio de Janeiro é uma cidade com a mesma infraestrutura que aquelas cidades, ao contrário. O que nos fez vencer, o que fez sensibilizar o Comitê Olímpico Internacional foram as mazelas do Rio de Janeiro. O que nós mais mostramos durante a nossa candidatura foi aquilo que achávamos ser um problema para nós, foi o nosso grande ativo. Nós mostramos cenas de engarrafamento, de enchentes, deslizamentos de terra, de problemas de infraestrutura e de transporte. Essa foi a razão de nós vencermos os Jogos."

O prefeito deixou claro para a imprensa brasileira e internacional presente, que o papel das Olimpíadas não foi o de resolver todos os problemas do Rio ou do Brasil, mas que os Jogos devem ser encarados como um agente transformador da cidade e do país. Segundo Eduardo Paes, os visitantes não devem vir para os Jogos Olímpicos no Rio, esperando encontrar cidades como Nova York, Chicago ou Londres.

"A impressão que me passa às vezes é que as pessoas imaginavam que ou a Olimpíada ia resolver todos os problemas da cidade e do Brasil, ou então, que ela é a razão, e culpada de todos os problemas da cidade e do Brasil.  Nem um, nem outro. A Olimpíada representou uma oportunidade para a cidade e para o Brasil, óbvio que há uma concentração disso na cidade do Rio de Janeiro, de se tornar uma cidade melhor. O que a gente pede é que as pessoas não venham aqui esperando Chicago, Nova York, Londres, que tem um metrô de 100 anos. Não venham com esse espírito. Nós até nos esforçamos para chegarmos lá, mas o nosso estágio de desenvolvimento é outro. E essa foi a razão de nós termos vencido as Olimpíadas. O nosso pedido é compare o Rio com o Rio."

Paes mencionou ainda que apesar da crise política e financeira que passa o Brasil, ele tem muito orgulho do país e da cidade do Rio de Janeiro. "Eu tenho muito orgulho do meu país, tenho muito orgulho da minha cidade. Acho que o Brasil é um país que passa por um momento de crise política e econômica, mas também uma depuração dos seus problemas, dos seus defeitos, das suas incoerências, das suas desigualdades, e não nos envergonha nada que vem acontecendo no Brasil nos últimos anos. O Brasil avançou muito. O Brasil tirou muita gente da pobreza. Não é um país perfeito, longe disso. É um país com enormes dificuldades, mas nós temos muito orgulho do nosso país, da nossa cidade." 

Já o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman destacou que a escolha do Rio como sede da Olimpíada muda por completo a história do cenário do que vão ser os Jogos Olímpicos no futuro.

"Nós, quando tomamos algumas decisões diferentes de Pequim e Londres, que foram uma grandiosidade espetacular, entendíamos que essa mudança era a mudança que o mundo precisava. O Rio muda a história do movimento dos Jogos Olímpicos em vários sentidos, seja da parte da organização, da formação dos atletas. Nós hoje aqui estamos celebrando os 30 dias, ainda não é o início dos Jogos, mas celebrando aquilo de que o Rio volta ao movimento olímpico internacional, abrindo suas portas a todas as regiões do mundo. Então, a resposta é: todos podem organizar os Jogos Olímpicos. Eu sou um árduo defensor dos Jogos em todos os continentes, mais pobres, mais ricos, mas ele estando adaptado à região e à realidade de cada um."

Também presente à cerimônia, o Ministro do Esporte, Leonardo Picciani, destacou a parceria durante a organização dos Jogos entre os governos Federal e Municipal. Picciani disse que espera que esse elo seja cada vez mais fortalecido.

Acompanhe abaixo como foi a coletiva.

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