Segundo o Butantan, cerca de 2.500 novos voluntários vão participar desta etapa final dos estudos.
Enquanto isso, os ensaios clínicos já estão sendo realizados e se estendem agora para mais duas cidades da Região Norte do Brasil, Manaus e Boa Vista. Os testes nas cidades estão sendo feitos em parcerias com a Universidade Federal de Roraima, a Fundação de Medicina Tropical e a Fiocruz Amazônia.
Ao falar com a Agência Brasil, o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil disse que é grande a expectativa de resultados positivos na testagem nas cidades de Manaus e Boa Vista, principalmente por ser uma região com alto índice de dengue.
"Nós temos certeza de que esses estudos feitos nessas duas localidades serão de grande importância para nós. Pelo entusiasmo que eles para que os pacientes façam a aderência ao tratamento, e também porque como são regiões que são muito endêmicas, com muitos casos de dengue, eles vão ser um teste muito forte para doença."
Outas instituições estão à frente na condução do desenvolvimento da vacina contra dengue em São Paulo. Na capital paulista, os estudos estão sendo realizados pela Santa Casa e pelo o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; e em São José do Rio Preto, pela Famerp, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
Ainda de acordo com Jorge Kalil, a previsão é de que a vacina para combater a dengue esteja disponível em 2017, logo após a última etapa da pesquisa.
"Se durante o verão do ano que vem, nós tivermos bastante dengue e for desafiada a vacina a tal ponto, que saibamos que ela vá funcionar, nós podemos ter já, ainda no período do ano que vem a comprovação da sua eficácia e o seu consequente registro, o que nos permitiria já começar a distribuir a vacina para a população brasileira."
Ao todo, 17 mil pessoas em 13 cidades nas cinco regiões do Brasil vão participar dos testes. 14 centros de pesquisa estão credenciados pelo Instituto Butantan para participar dos estudos.
De acordo como Butantan, dois terços dos voluntários vão receber a vacina e um terço receberá um placebo, uma substância sem efeito. A ideia é descobrir, a partir de exames coletados nos participantes, se quem tomou a vacina ficou protegido contra a dengue e se quem tomou o placebo contraiu a doença.
A evolução dos voluntários será acompanhada pela equipe médica por um período de cinco anos, para verificar a duração da proteção oferecida pela imunização. Apenas uma dose da vacina tem capacidade de proteção contra os quatro vírus da dengue.