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Polícia Federal investiga desvio de R$ 48 milhões em fraudes na Eletronuclear

© Tomaz Silva/Agência BrasilPolícia Federal chega com malotes da Operação Pripyat na sede da polícia no Rio
Polícia Federal chega com malotes da Operação Pripyat na sede da polícia no Rio - Sputnik Brasil
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Em desdobramento da Lava Jato, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal realizaram nesta quarta-feira (6) uma operação contra um esquema de desvio de recursos em obras da Eletronuclear, como em contratos firmados com a empreiteira Andrade Gutierrez, para a construção da Usina Nuclear de Angra 3. R$ 48 milhões foram desviados em propinas.

A Polícia Federal cumpriu dez mandados de prisão, sendo sete preventivos e três temporários e nove mandados de condução coercitiva, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. A Operação que recebeu o nome de "Pripyat", teve como foco o ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. O termo "Pripyat" diz respeito à cidade ucraniana que virou uma cidade fantasma após o acidente nuclear em Chernobyl. 

O esquema de fraude foi descoberto após delações premiadas de executivos da Andrade Gutierrez, em investigações de desvios no setor elétrico. De acordo com a Polícia Federal, a Eletronuclear pagou R$ 1,2 bilhão para a Andrade Gutierrez. Desse total, R$ 48 milhões foram distribuídos em propina:  2 % desse montante foram pagos para um núcleo político ainda não revelado, 1% para diretores da Eletronuclear e 1% para o ex-presidente Othon Pinheiro, o equivalente a cerca de R$ 12 milhões.

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Em coletiva à imprensa, o delegado Frederico Skora, explicou que o ex-presidente da Eletronuclear já cumpria prisão domiciliar desde julho do ano passado durante a 16ª fase da Lava Jato, e foi preso novamente nesta quarta-feira (6). Segundo as investigações,  Othon Pinheiro continuava exercendo influência sobre a empresa, subsidiária da Eletrobras, mesmo estando em prisão domiciliar. 

Já o atual presidente da Eletronuclear, Pedro José Diniz Figueiredo foi afastado do cargo. De acordo com o delegado Frederico Skora, ele interferia na comissão interna de investigação da subsidiária da Eletrobras.

"Nós identificamos uma atuação prejudicial do atual presidente. Ele estava facilitando o acesso dos diretores afastados às suas salas lacradas, muito embora ele mesmo tivesse procedido o lacra dessas salas, cumprindo determinação do Conselho da Eletrobras. Além disso, verificou-se que ele tinha uma certa interferência em uma comissão interna da Eletronuclear, criada para apurar esses malfeitos dentro da empresa. Aparentemente, ele exercia uma certa pressão sobre os funcionários como deveriam proceder nas oitivas, e também ficava exercendo uma certa condução dos trabalhos. Ele queria também demostrar a essa comissão externa da Eletrobras, que a comissão interna da Eletronuclear estava efetivamente fazendo alguma coisa, quando de fato ela era uma comissão aparentemente inativa."

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal tem ainda outros cinco ex-dirigentes da Eletronuclear como alvos: Luiz Antonio de Amorim Soares, Edno Negrini, Persio José Gomes Jordani, Luiz Manuel Amaral Messias e José Eduardo Brayner Costa Mattos, que exerciam funções na direção ou superintendência no alto escalão da empresa. 

O ex-presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro foi levado de casa na Barra da Tijuca, na Zona oeste do Rio, para a sede da Polícia Federal onde prestou depoimento. De lá, foi encaminhado para o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste, onde outros alvos da Operação Saqueador, que investiga o desvio de R$ 370 milhões em contratos de obras públicas, já estão presos, como o contraventor Carlinhos Cachoeira, e o dono e ex-presidente da construtora Delta, Fernando Cavendish. 

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