A visita vai decorrer em 7-10 de julho e durante a mesma Salyukov vai conhecer a organização do treinamento de combate do Exército Argentino e visitará a Academia nacional militar das forças terrestres.
Em uma entrevista à Sputnik, Aleksadr Gusev, diretor do Instituto de Planejamento Estratégico, explicou os verdadeiros motivos da visita do comandante-chefe à Argentina.
Os primeiros meses da presidência de Mauricio Macri mostraram significativas mudanças na política exterior da Argentina. De acordo com o especialista, atualmente Buenos Aires se orienta em primeiro lugar para a cooperação com os EUA.
"Deste ponto de vista, a visita do comandante-chefe das tropas terrestres da Rússia Oleg Salyukov à Argentina tem um significado muito importante, porque nós vemos a necessidade de manter os contatos com esse país latino-americano", afirmou o especialista.
"Eles sempre foram considerados pelo Ministério da Defesa como países que ajudavam a ampliar nossa influência na região", disse ele, acrescentando que "deste ponto da vista, a visita do comandante-chefe russo pode ser considerada como a 'primeira pedra lançada' no sentido da cooperação e poderia ajudar a entender quais são as expectativas do novo governo no diálogo com Moscou".
À pergunta sobre as possíveis áreas de cooperação bilateral entre os dois países no futuro, Gusev respondeu que Moscou e Buenos Aires tradicionalmente tinham uma cooperação frutífera no setor da defesa.
"A Argentina é uma potência marítima. Recordamos o conflito com o Reino Unido relacionado com as ilhas Malvinas. E deste ponto de vista a Argentina considera a Rússia como um parceiro muito importante na área de comércio de armas", indicou o especialista.
As relações entre os dois países sempre foam muito fortes e a situação continuará assim apesar da vontade do novo governo de estabelecer laços fortes com os EUA. Mas, do ponto de vista de diálogo no longo prazo, claro que a intensidade dos contatos vai diminuir, mesmo no setor da defesa.
No que se refere à questão de construção de bases militares russas na Argentina, Gisev respondeu que isso não corresponde à realidade.
"A Rússia não considera a possibilidade de posicionamento de tropas ou construção de bases militares na América Latina. Não temos tais objetivos", afirmou ele.
"Quero indicar que a posição de Washington sobre esta questão é muito firme. É claro que o Departamento de Estado aconselha ao novo governo, literalmente, cessar o diálogo com Moscou. Especialmente na área da defesa e comércio de equipamento militar. Deste ponto de vista, a visita de Oleg Salyukov também deve ser significativa. É importante para nós entendermos a posição do novo governo da Argentina sobre a cooperação com a Rússia no futuro. Por nossa parte, estamos prontos a manter a cooperação no nível que tínhamos, por exemplo, cinco anos atrás".