Arseny Yatsenyuk queixou-se de que a política “não é a melhor ocupação nem, com certeza, a mais limpa”. Conforme disse, no parlamento ele devia sempre “atacar” e agir agressivamente para atingir progresso nas reformas, dos quais dependia a canalização de recursos do FMI à Ucrânia.
“Em todas as vezes tomei uma posição de ofensiva, agindo agressivamente. Posso até dizer que era uma chantagem política com o objetivo de obter votos. Mas tudo isso foi para atingir resultados. Afinal das contas, conseguimos aprovar os projetos de lei – absolutamente todos.”
Durante a entrevista, Arseny Yatsenyuk não falou praticamente sobre seu futuro político e apenas afirmou que os eleitores devem definir o seu destino. Entretanto, muitos especialistas opinam que, apesar do baixo ranking (menos de 10%), o ex-premiê está se preparando para voltar à cena política.
“A história dos regressos não é uma coisa rara na política ucraniana”, disse na entrevista Balázs Jarábik, cientista político do centro analítico Carnegie. “Yatsenyuk quer ter influência na política do país. E não tem importância se ele desempenhará papéis principais ou não, ele vai encontrar um modo de ser influente”.
“O mundo entrou no círculo vicioso dos populistas obtusos, que jogam com as disposições das pessoas comuns, tentando cativar os seus corações e mentes”, disse Yatsenyk.
“Eles prometem tudo – impostos baixos, novos empregos, salários altos, uma vida próspera e feliz. É uma mentira”, destacou o ex-premiê.
Arseny Yatsenyuk e Pyotr Poroshenko chegaram a poder na altura em que no país predominavam os ânimos pró-europeus. Os seus partidos políticos – a Frente Popular de Yatsenyuk e o Bloco de Poroshenko – foram as maiores forças no parlamento. No entanto, suas relações se deterioraram, passando as acusações mútuas a ser frequentes.