Os recursos foram concedidos à construtora Odebrecht e, segundo denúncias apresentadas à Justiça, foram fruto de influência política do ex-presidente Lula com o presidente de, Cuba Raul Castro. O projeto, localizado a 45 quilômetros do porto de Havana e considerado vital para revitalização da economia cubana, foi orçado em US$ 957 milhões de reais, e chegou a ter a inauguração simbólica da obra com a presença da então presidente Dilma Rousseff.
Em seu despacho, o juiz argumentou que "a existência de indícios de irregularidade se sobrepõe ao dever do sigilo". Por decisão do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio (MDIC), à época, algumas informações desse contrato eram sigilosas e só poderiam ser reveladas em 2027.
Procurada pela Sputnik, a assessoria de imprensa do BNDES informou que vem prestando todas as informações requeridas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que o sigilo do contrato foi suspenso no mês passado, que o banco continua à disposição da Justiça, mas que não há, até o momento, uma posição oficial da instituição sobre o assunto.
O Instituto Lula tem negado qualquer tráfico de influência do ex-presidente Lula na arquitetura desse financiamento, seja com a empreiteira, com o banco ou com o governo cubano.