Mas, caso o Brexit aconteça realmente, a OTAN retornará ao papel que o bloco tinha logo após a sua criação, notou em entrevista à Sputnik Vladislav Jovanovic, veterano da diplomacia iugoslava e ex-embaixador da Iugoslávia na Turquia.
O processo de tornar a UE mais fraca, segundo Jovanovic, não acabará com um “brexit”, não só por causa das contradições internas de certos países, mas também devido a vários outros problemas na Europa, que ela não poderá resolver em breve, se é que isso em geral poderia ser feito usando métodos existentes, que parecem já ter deixado de ser atuais.
Mas seja qual for a situação na Europa, os interesses dos EUA continuarão a incluir a manutenção de suas posições no continente, então a OTAN pode receber mais uma função adicional — não só a militar, mas também a de controle do nível de influência dos EUA sobre a EU, opina o ex-embaixador.
"Os americanos influíram a Europa através da OTAN e da Grã-Bretanha e agora, se o Reino Unido sair, será preciso fortalecer o outro fator, quer dizer a OTAN," disse.
Mesmo assim, continua pouco claro, se a Aliança Atlântica continuará considerando a Europa de Leste como um propagador de seus interesses na cena política da velha Europa.
"O Reino Unido se opôs por muito tempo à entrada na CEE [Comunidade Econômica Europeia], mas os EUA o encorajou e ele entrou, e sempre travou o posterior desenvolvimento da ideia de Europa como estrutura supranacional. Ele atrasava tudo o que poderia tornar a CEE ou a UE em uma força mundial independente, que não seria tão dependente assim dos EUA", fez lembrar o diplomata.
Seja como for, após o Brexit os Estados Unidos deverão procurar um novo país ou grupo de países para controlar os processos de integração dentro da União Europeia, concluiu o especialista político.