Além do Ministério de Segurança Pública e do Escritório Correcional do Ministério da Justiça da Coreia do Norte, que controlam os campos de trabalho forçado, na lista de sanções foi incluída a Comissão de Assuntos Estatais recentemente transformada em Comitê Estatal de Defesa.
Esta ação foi empreendida simultaneamente com a publicação de um relatório do Departamento de Estado dos EUA que contém acusações contra Kim Jong-un pela sua participação em execuções extrajudiciais, trabalho forçado e torturas. De acordo com o representante oficial dos EUA John Kirby, "a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte é uma das piores no mundo". Kirby também prometeu que a lista de sanções seria ampliada periodicamente.
A reação de Pyongyang se seguiu de imediato. O Ministério das Relações Exteriores do país chamou as ações dos EUA de "declaração da guerra" e informou que todas as questões referentes aos EUA serão resolvidas de acordo com a lei militar. Ao mesmo tempo Pequim, que apoiou as sanções da ONU aceitas em 2 de março contra a Coreia do Norte devido ao lançamento de mísseis balísticos, desta vez apelou contra as sanções unilaterais dos EUA.
Segundo o especialista em estudos da Coreia e professor da Universidade Kunmin de Seul Andrei Lankov, neste caso o principal fator para a Coreia do Norte é a posição da China: "Ainda não é claro qual será o efeito das sanções. Na minha opinião, o principal fator é a posição da China que nos últimos meses tem feito uma revisão drástica da sua política em relação à Coreia do Norte. Se antes, durante 2-3 anos, a China tinha uma posição extraordinariamente rigorosa relativamente à Coreia no Norte e cooperava com os EUA em várias questões, agora ocorreu uma volta brusca. Isso tem a ver com o agravamento das relações com os EUA, principalmente por causa da situação no mar da China Meridional. Claro que a própria China não está contente com as ações de Pyongyang, mas tem receio sério de que o reforço da pressão sobre este país possa causar instabilidade. Se os chineses decidirem sabotar estas sanções desta ou daquela forma, eles serão capazes de fazer isso. Não se pode esquecer que é através da China que se realiza quase todo o comércio da Coreia do Norte. E quando se fala sobre o comércio exterior da Coreia do Norte, de fato, se trata do comércio entre a Coreia do Norte e a China. Ou seja, se os chineses forem de alguma maneira jogar areia na engrenagem dos EUA e ajudar os coreanos, será possível atenuar consideravelmente o efeito do golpe das sanções. Se Pequim tomar uma posição mais ou menos neutra, o golpe será mais sensível, mas não desastroso. Caso contrário, com o apoio ativo das sanções por parte da China a Coreia do Norte seria arrastada muito para trás."