Cunha responde no STF por duas ações penais por recebimento de propinas e lavagem de dinheiro.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) acredita na teoria de acordo, principalmente porque se Cunha for cassado por quebra de decoro parlamentar, ele poderá causar transtornos para muitos deputados em possível delação premiada.
"Que essa renúncia do Cunha teve um objetivo claro, construir um acordão para salvar o mandato dele. Um acordão que inclusive passa pelo presidente Michel Temer, porque tem muita gente na Câmara dos Deputados preocupada com a delação do Eduardo Cunha. Se ele for cassado, ele vai ser preso. Ele, a esposa dele, e a filha dele. E ele sendo preso, eu tenho certeza que ele faz delação."
Para o senador Alvaro Dias (PV-PR), a renúncia de Eduardo Cunha foi a última tentativa de salvação do próprio mandato, mas o senador não acha que a iniciativa será suficiente para impedir a sua cassação.
"Para quem resistiu a tudo e a todos durante tanto tempo é inevitável essa conclusão. O acordo é possível que tenha ocorrido. Não creio que ele seja bem sucedido. Não imagino que seja suficiente para salvar o mandato do deputado."
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também espera que a decisão de renúncia de Eduardo Cunha não esteja incluído em algum tipo de acordo com o presidente interino Michel Temer e os deputados para inocentá-lo dos crimes que ele praticou.
"Eu espero sinceramente que não seja a primeira parte de um acordo, evolvendo o presidente Temer e a maioria parlamentar, para fazer esse senhor escapar da cassação e por conseguinte escapar dos crimes que cometeu. A condição desse senhor não é de vítima, é de réu. É assim que ele está sendo investigado. É assim que ele deve ser julgado. É nessa condição que o mandato dele deve ser cassado, e eu espero que seja nessa condição, que ele seja levado a responder pelos crimes."
Já o senador Jorge Viana (PT-AC) acredita que a renúncia de Cunha pode significar que a crise política no Brasil está se aproximando do fim. "Ele, hoje, se não estivesse afastado seria o vice-presidente da República na linha sucessória. É como se estivéssemos tendo a renúncia do vice-presidente da República e presidente da Câmara dos Deputados. É um deputado polêmico, que deu origem às pautas bombas, e que agora tem já fortes acusações do Supremo contra ele. Eu diria que é a expressão da gravidade da crise política em que o país está metido e que parece não ter fim, mas acho que agora estamos talvez mais perto desse final do que estávamos há alguns meses."