Segundo o Itamaraty, o governo venezuelano não está capacitado para assumir a liderança do bloco, porque ainda não concluiu o processo de adesão. Para tanto, o país teria que incorporar cerca de 500 normas de integração até meados de agosto – algo que dificilmente conseguirá fazer em um mês. Neste momento, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrenta uma inflação anual de três dígitos, desabastecimento e saques – além da mobilização da oposição de convocar um referendo revogatório, que pode destituí-lo.
O governo uruguaio já manifestou que está disposto a entregar a presidência do bloco à Venezuela – mas como persistem diferenças de opinião entre os quatro países fundadores e qualquer decisão precisa ser tomada por consenso — ficou decidido que haverá outra reunião para discutir o tema.
Entre os integrantes do bloco regional, o Paraguai é o maior crítico da Venezuela e defende que o país deve sofrer sanções, pois, supostamente, houve uma ruptura democrática.
Apesar de não ter sido convidada para a reunião no Uruguai, a chanceler venezuelana Delcy Rodriguez viajou a capital, Montevideú, para acompanhar de perto os debates. Em entrevista à imprensa, ela criticou os representantes do Brasil e do Paraguai “que se esconderam no banheiro para não dar as caras”, após ter recebido um relato sobre o encontro.