A respectiva declaração foi feita durante a coletiva do chefe da diplomacia russa na capital do Cazaquistão após uma reunião com seus homólogos do chamado “quinteto do Cáspio” (Rússia, Cazaquistão, Azerbaijão, Irã e Turcomenistão).
O ministro das Relações Exteriores russo disse, nomeadamente:
"O nosso trabalho foi muito produtivo. Nós avançamos em uma série de direções. Só restam umas questões, e nessas que restam só é preciso achar a correta formalização dos princípios acordados pelos presidentes".
Entretanto, ainda restam algumas dificuldades. O vice-ministro do Exterior iraniano Ibrahim Rahimpour, falando sobre a reunião desta quinta-feira (14), sublinhou que entre os membros do “quinteto do Cáspio” ainda existem divergências em sete pontos que devem ser resolvidas através da realização das próximas negociações.
O especialista em questões geopolíticas iraniano da Universidade de Khorramabad Ahmad Rashidinejad comentou o assunto à Sputnik:
"Acho que agora, no contexto do tema discutido, a questão sobre concessões não é muito oportuna porque aqui estão sendo focados precisamente os aspetos geopolíticos e geográficos. O mais importante é que os povos de todos países limítrofes do Cáspio são extremamente sensíveis a este tipo de questões".
O especialista sublinhou também que, para chegar ao compromisso relativamente à questão do Cáspio, o Irã e a Rússia precisam começar a partir de posições gerais em questões regionais.
De acordo com o entrevistado, o estatuto jurídico do mar Cáspio deve ser decidido por via de diálogo construtivo.
"Então se falamos sobre as relações entre a Rússia e o Irã, devemos considerar os interesses conjuntos da Rússia e do Irã. Para a Rússia a colisão de interesses com o Ocidente é uma questão séria. Como vemos, a OTAN se aproxima cada vez mais das fronteiras da Rússia. <…> O Irã, como vizinho meridional da Rússia na região do Cáspio e potência regional, pode ser visto como uma espécie de ‘escudo de segurança’ para a Rússia. O Irã e a Rússia têm também outros interesses conjuntos para além da resolução da questão do estatuto jurídico e da política de não ingerência nos assuntos dos países da região".
Assim, os dois países são parceiros próximos nesta região, notou o especialista em geopolítica iraniano, argumentando a posição com sua estreita cooperação na luta contra terrorismo na Síria.