O Gerente de Qualidade das Águas do INEA, Leonardo Daemon, garantiu ao falar com a imprensa, que o índice de poluição na Baía está abaixo do limite conforme os padrões nacionais e internacionais. Segundo Leonado Daemon, as sete raias de competição de vela estão limpas e com água própria para o banho, sem trazer riscos para a saúde dos atletas.
"A Marina era nosso único problema até a conclusão da obra do cinturão da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio). Quando esse cinturão foi concluído, nós intensificamos o monitoramento especificamente na Marina, fizemos quatro vezes ao dia, ou seja, para ter consistência de dados em todas as condições de área. O que nós observamos foi uma melhora significativa na qualidade da água da Marina, e está incluída agora dentro dos padrões da Organização Mundial de Saúde, inclusive, para contato primário, que seria o banho."
A Secretaria Estadual do Ambiente do Rio informou que hoje, 17 ecobarreiras realizam a contenção do lixo, que vem dos rio que desembocam na Baía. Em seis meses, foram recolhidos mais de duas mil toneladas de resíduos da área. Outros dez ecobarcos recolhem por mês, cerca de 45 toneladas de materiais.
O Secretário, André Correa assume que as ações não são suficientes para a total despoluição da Baía de Guanabara. André Correa explica que para isso, seriam necessários pelo menos R$ 20 bilhões em investimentos em saneamento básico, que só terão resultados por completo em 30 anos.
"A preocupação do governo sempre foi o lixo flutuante para garantir uma regata justa, porque o atleta treina dez anos, chega lá e pega em um saco de lixo, isso mata ele. Isso aqui contribui e muito para que se diminua, pelo menos no nosso pedaço, o mal que o lixo marinho faz para o meio ambiente. Qualquer pessoa que dizer que essa Baía, ela vai estar condições ambiente adequadas em menos de 25, 30 anos está mentindo."
Por causa do tamanho do projeto, André Correa ressaltou que é necessário a criação de uma empresa gestora da Baía de Guanabara para comandar as ações de diferentes órgãos com a própria secretaria e a Cedae.
O secretário admitiu que o governo cometeu erros tanto no planejamento, quanto na publicidade das ações que já realizou para despoluir a Baía, já que a promessa de chegar aos Jogos Olímpicos com 80% das águas limpas nunca foi executável.
Na semana passada, a Comissão Especial da Baía de Guanabara, da Assembleia Legislativa do Rio, apresentou relatório alertando que a situação da poluição da Baía continuava preocupante. O documento final da Comissão defendia a conservação do espelho d´água da Baía como área de preservação ambiental.
O relator da Comissão da Baía e presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj, Deputado Nivaldo Mulim (PR) ressaltou ainda que as ações de ecobarreiras, ecopontos e ecogaris eram medidas paliativas, que resolviam apenas 20% do problema do lixo no local. Para o parlamentar, uma das principais ações que deveriam ser realizadas na Baía, era o tratamento dos 55 rios que desaguam na região.
O relatório final da Comissão, recomendava ainda a criação de um Projeto de Lei obrigando que as áreas de fundeio das embarcações passem por vistoria e que necessitem de autorização de um órgão ambiental, para não agredir a vida marinha da Baía.