Na quarta-feira (20) o governo sírio exigiu que a ONU tome medidas imediatas contra a França e os Estados Unidos, após a coalizão liderada pelos EUA na Síria ter morto pelo menos 140 civis, entre 20 e 65 anos, em um ataque aéreo norte-americano em Manbij na segunda-feira (18) e pelo menos 120 mortos na aldeia de Toukhan Al-Kubra, perto da fronteira turco-síria, em um ataque aéreo francês na terça-feira.
“O governo da República Árabe Síria condena, nos termos mais fortes, os dois massacres sangrentos perpetrados pelos franceses e norte-americanos <…> que atiraram mísseis e bombas contra civis", divulga um comunicado do Ministério do Exterior sírio.
Na esteira do ataque terrorista em Nice, o presidente francês, François Hollande prometeu intensificar os bombardeios anti-Daesh para enfraquecer e destruir a rede terrorista, que assumiu a responsabilidade por uma série de ataques em todo o país.
Opinião de especialista
Na quarta-feira (20), Daniel McAdams, diretor-executivo do Instituto da Paz Ron Paul, comentou as ações de Washington e Paris em entrevista à Sputnik.
“Não houve qualquer punição por ataques semelhantes ao de Nice no passado. Isso pode ser um terrível acidente e não uma vingança contra civis, mas é parte de uma política mais ampla e que deve ser levada a julgamento”, afirmou McAdams. “Toda a operação anti-[Daesh] é ilegal na Síria. Não fomos convidados pelo governo sírio legítimo, então qualquer ação que realizemos no seu solo é ilegal”.
— Por que é que os ataques aéreos do passado que causaram mortes de civis não receberam a condenação da comunidade internacional?
“Infelizmente, a mídia dos EUA, de modo geral, é propaganda <…> Quem faz a cobertura? Eles não divulgam essa informação, porque isto é uma questão da política <…> Os EUA têm propagandeado que eles não estão seguros em suas camas se não combaterem [o Daesh] em todos os lugares <…> Só que, bombardeando o Oriente Médio, aumenta o perigo de resposta [terrorista], o que vemos mais e mais” – resumiu McAdams.