Em entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil, Emerson Martins contou que todo o trâmite para a viagem estava certo, mas às vésperas do embarque, onde MC Bin Laden participaria da 19ª edição do Festival Warm Up 2016, organizado pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), nos Estados Unidos, o consulado americano no Brasil solicitou que o funkeiro fizesse um exame toxicológico, que não sairia a tempo para a viagem, que seria no dia seguinte ao pedido.
"É uma coisa muito triste. É a segunda vez que eles fazem isso com a gente, e dessa vez nós estávamos com referência de lá para cá dos Djs Skrillex, Diplo, Red Bull (que são renomados nos EUA). Eles mandaram carta, sabendo que era um trabalho legal, que ia ser muito positivo para o movimento funk. Saiu o visto. Nós chegamos da Europa, fomos lá (no consulado) assinar, que era só o que faltava na segunda (18), eles inventaram mais um negócio, mandaram voltar na terça (19) e à tarde passaram um papel para fazer o exame, que não é de costume para ninguém e que é um exame, que demora para marcar e demora para sair o resultado."
Diante do empecilho criado pelo consulado, MC Bin Laden foi obrigado a cancelar sua participação no festival, para o qual foi convidado e seria um dos poucos brasileiros presentes. Emerson Martins lamenta a situação, que analisa como discriminação, talvez pelo nome do artista ser confundido de forma equivocada com as atitudes do terrorista Osama Bin Laden, fundador da organização al-Qaeda, morto em maio de 2011. Emerson ressaltou que as canções de Mc Bin Laden em nada fazem menção ao terrorismo.
"Não tem nada de apologia nesse tipo de música do Bin Laden, é somente o nome mesmo. Ele é irreverente, brincalhão. Ele é da igreja. O pessoal é complicado."
Após o episódio, o empresário do Mc Bin Laden diz que a mensagem que fica é a da paz, sem discriminação para o artista que só quer trabalhar e alegrar com sua música.
"Muita paz e harmonia. As pessoas precisam tirar o preconceito da cabeça. Lá é tão fácil entrar né? Os terroristas entram, jogam bomba, eles ficam pensando se vai dar visto ainda para aqueles que são terroristas. Nós que somos trabalhadores e levamos a canção, a nossa única arma é o microfone, e acontecem essas coisas. Triste."
Sobre novas participações do MC Bin Laden no exterior, Emerson Martins afirma que ter o visto negado para os Estados Unidos não deve impedir que o funkeiro leve sua música para outros países. Segundo o empresário, o cantor está triste agora junto à família, mas já tem nova turnê marcada para a Europa, onde recentemente fez shows em 15 países, como Lisboa, Bélgica e Suíça. "Só se for lá, porque nós já temos outra turnê para a Europa. Voltamos agora fazendo 15 países e já tem uma nova em final de agosto ou setembro. E em outubro vai fazer Japão."