A denúncia, formulada pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), condenou toda a delegação russa por essa acusação – e pelo fato de que as autoridades russas não apenas tinham conhecimento do fato, como ajudaram a manipular resultados de exames antidoping realizados na Rússia desde então. A partir desse relatório, a Wada recomendou que a Rússia seja impedida de participar dos Jogos Olímpicos no Rio que começam em 5 de agosto. A decisão caberá agora ao Comitê Olímpico Internacional (COI), que deve decidir até domingo se mantém o país nos jogos da Rio 2016 ou se proíbe a presença de todos os atletas russos no certame. Os recursos apresentados até agora pelas autoridades esportivas russas foram rejeitados sistematicamente pela Corte Arbitral do Esporte (CAS).
No Brasil, um dos expoentes do futebol paralímpico, Marcos dos Santos Ferreira, o Marcão, se mostra preocupado com uma eventual proibição da vinda dos esportistas russos. Marcão, que já participou de seis Paralimpíadas, diz que o prejuízo seria não só dos atletas, mas de toda a comunidade esportiva e do público que irá assistir às competições.
"Esse é um fato triste para nós como atletas. Você próximo de jogos tão importantes na carreira e ser vetado de participar, principalmente na nossa modalidade. Hoje, a Rússia é a primeira do ranking. Estávamos trabalhando bastante para ter esse confronto. Isso é muito difícil de falar para nós atletas. Seria triste não ter a Rússia, mas também para o próprio atleta russo não estar participando. Tenho certeza que eles também estão se dedicando muito forte. Conhecemos essa equipe, sempre brigando na ponta", diz Marcão, que atua como goleiro do Caira, em Mato Grosso do Sul.
O chamado Futebol de Sete é uma modalidade praticada por atletas com algum grau de paralisia cerebral, que pode ou não afetar a parte locomotora. O campo tem as dimensões reduzidas, com 30 metros de largura e 50 de comprimento, onde cada equipe disputa com sete jogadores: seis na linha e um no gol. O Brasil tem tradição na modalidade. Carlão lembra que conseguiu duas medalhas paralímpicas, a primeira de bronze em Sidney (2000) e a segunda de prata, em Atenas (2004).
Em sua sexta Paralimpíada – ele participou das de Atlanta (EUA), Sidney, Atenas, Pequim, e agora no Rio de Janeiro – Marcão está confiante em um bom resultado nos jogos que começam em 8 de setembro.
"A expectativa é a melhor possível. A gente está se dedicando o máximo para que possamos realizar um bom torneio aqui no nosso país. Agora estamos em busca de nosso ouro."